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Quixadá: reconhecimento internacional, invisível em casa: o paradoxo turístico após o feito de 2010

É incompreensível e inaceitável que, detentora de um selo global único, Quixadá ainda não tenha suas potencialidades turísticas reconhecidas e priorizadas pela gestão municipal

Foto: Divulgação

Em 2010, Sandra Venâncio, então secretária de Cultura de Quixadá, representou o município em uma conferência internacional na China, dedicada a montanhas notáveis. Nesse fórum global, apresentou com sucesso a proposta de inclusão dos icônicos monólitos quixadaenses na prestigiosa Associação Internacional das Montanhas Famosas (World Famous Mountains Association – WFMA). A adesão foi aprovada por unanimidade, elevando Quixadá ao seleto grupo da entidade, cuja missão é fomentar a cooperação, o intercâmbio cultural e a preservação ambiental entre montanhas célebres em todo o planeta. Como reconhecimento tangível desse feito, o Parque Geológico Nacional de Mount Lushan (Jiangxi, China) prestou uma homenagem singular à cidade cearense em 2012: instalou uma réplica fiel da emblemática Pedra da Galinha Choca, esculpida pelo artesão local Humberto Ferreira Gomes, e recebeu apresentações artísticas de três talentos da terra – o professor e cantor Paulo Queiroz, o multi-instrumentista Helder Menezes e o maestro Rogério Jales.

Diante desse inquestionável prestígio internacional conquistado há mais de uma década, impõe-se uma pergunta incômoda: por que as lideranças políticas locais persistem em negligenciar o turismo como vetor estratégico de desenvolvimento? É incompreensível e inaceitável que, detentora de um selo global único, Quixadá ainda não tenha suas potencialidades turísticas reconhecidas e priorizadas pela gestão municipal. Este setor representa uma oportunidade ímpar para dinamizar a economia, diversificar renda e gerar milhares de empregos diretos e indiretos. Urge que a população cobre ações concretas de seus representantes, exigindo o fim da inércia e a implementação imediata de um plano estratégico para o turismo. É fundamental questionar a negligência que impede a consolidação desse potencial, especialmente quando o turismo beneficia toda a cadeia produtiva – desde hotelaria, gastronomia e transporte até o comércio, os artistas e os serviços. A omissão frente a este legado internacional configura um desperdício histórico para o desenvolvimento de Quixadá.

“Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.” (Roberto Shinyashiki)

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