Em junho de 2014, nascia o Jornal SerTão, um projeto editorial que carregava no nome e no conteúdo um propósito claro: dar voz ao interior cearense, revelando sua força, suas lutas e conquistas, com a dignidade e o olhar jornalístico que sempre moveram o Sistema Maior de Comunicação.
Mais do que um jornal, o SerTão foi um marco. Ele não apenas informou — ele interpretou a realidade, valorizou personagens, traduziu o cotidiano e se posicionou como um instrumento de transformação social e cultural. Seu eixo editorial era o povo. Era o sertanejo que empreende, educa, cria arte, movimenta o comércio, desenvolve a agropecuária e enxerga no Sertão Central um lugar de possibilidades. O SerTão não veio do centro para falar sobre o interior — ele brotou da terra e falou com o interior.
O SerTão foi também um símbolo do que o Sistema Maior de Comunicação acredita e pratica: a comunicação como compromisso com a comunidade. Em cada reportagem havia mais que informação. Havia escuta, pesquisa, valorização da memória, estímulo ao debate e abertura para o futuro. Seu conteúdo, cuidadosamente produzido, circulava pelas escolas, universidades e praças — conectando saberes, saberes populares e o conhecimento acadêmico com a realidade das nossas cidades.
Infelizmente, os altos custos de produção e circulação tornaram inviável a continuidade do jornal. Mas o seu legado permanece vivo. Não apenas em arquivos e lembranças, mas no propósito que continua movendo os veículos do SMC: fazer jornalismo de qualidade, com identidade regional e relevância social.
A força de um sistema de comunicação como o nosso está justamente na capacidade de revelar o que é invisível aos grandes centros, de discutir políticas públicas com profundidade, de promover a cultura local com orgulho, e de ser porta-voz das angústias e sonhos da população sertaneja.
Hoje, o Sistema Maior atua por rádio, internet, TV e redes sociais, sempre com a mesma essência que deu origem ao Jornal SerTão: ser ponte entre as pessoas e as soluções, entre os problemas e o debate público, entre o que somos e o que queremos ser.
Relembrar o Jornal SerTão é mais que homenagear um projeto editorial extinto. É reconhecer que a boa comunicação não morre — ela se transforma, resiste, renasce. E enquanto houver voz, escuta, olhar crítico e compromisso, o SerTão seguirá sendo notícia, seguirá sendo futuro.
- Foto: Arquivo/SMC