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Gripe aviária: o que você precisa saber sobre riscos, transmissão e segurança dos alimentos

O risco de infecção em humanos é considerado baixo e geralmente restrito a profissionais com contato direto com aves infectadas, vivas ou mortas

Foto: Freepik/tawatchai07

O Ceará confirmou, na última sexta-feira, 18, um caso de gripe aviária em Quixeramobim, no Sertão Central, após análise de material coletado em propriedade particular na zona rural do município. A ocorrência foi registrada em uma pequena propriedade localizada no limite de Quixeramobim com Madalena.

Após a confirmação, muitas dúvidas surgiram quanto à gravidade do caso e se o vírus pode ser transmitido para humanos através do consumo da carne da ave ou de ovos.

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a gripe aviária não é transmitida por meio da ingestão de carne ou ovos devidamente inspecionados. O risco de infecção em humanos, segundo a pasta, é considerado baixo e geralmente restrito a profissionais com contato direto com aves infectadas, vivas ou mortas.

A seguir, confira as principais informações sobre a gripe aviária, segundo orientações da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Organização Mundial da Saúde (OMS):

O que é a gripe aviária?

A gripe aviária, ou influenza aviária, é uma infecção causada por vírus influenza do tipo A, com destaque para o subtipo H5N1. Embora atinja principalmente aves, também já foi identificado em mamíferos, incluindo gado leiteiro.

Como ocorre a transmissão?

A principal forma de disseminação do vírus é por meio de aves selvagens migratórias. A infecção humana ocorre, em geral, por contato direto ou indireto com animais contaminados ou superfícies expostas a secreções e fezes de aves infectadas. Atividades como depenar ou preparar aves doentes em ambientes domésticos elevam o risco.

Quais são os sintomas em humanos?

Os sinais da doença variam de leves a graves, incluindo:

  • Febre
  • Tosse
  • Congestão nasal
  • Conjuntivite
  • Dificuldade respiratória
  • Sintomas gastrointestinais

Em alguns casos, pacientes podem ser assintomáticos.

Existe tratamento?

Sim. Medicamentos antivirais são indicados para casos graves ou para pessoas com maior risco, como idosos e portadores de doenças crônicas. Em qualquer suspeita, é recomendável procurar orientação médica imediata.

A doença pode ser fatal?

Pode. Desde 2003, foram notificados cerca de 900 casos humanos de infecção por H5N1 no mundo, com taxa de mortalidade acima de 50%. Apesar disso, os casos são raros e a transmissão entre pessoas não foi comprovada.

Há vacina contra a gripe aviária?

A OMS mantém vacinas candidatas atualizadas como estratégia preventiva, em caso de pandemia. A vacina da gripe comum não protege contra a gripe aviária. A organização também tem acordos com fabricantes para rápida produção, se necessário.

Quem corre mais risco de contrair a doença?

  • Profissionais com contato direto com:
  • Aves de criação
  • Mamíferos infectados
  • Ambientes contaminados

Nas Américas, foram registrados cerca de 70 casos humanos, a maioria nos EUA, geralmente associados ao contato com aves ou gado leiteiro.

É seguro consumir frango e ovos de regiões afetadas?

Sim, desde que os produtos estejam devidamente cozidos. O risco está no consumo de alimentos crus ou mal cozidos, especialmente em áreas com surtos. Animais doentes ou mortos não devem ser consumidos.

A OMS recomenda seguir cinco orientações específicas para preparar ovos e carnes com segurança:

  • mantenha o ambiente limpo;
  • separe alimentos crus dos cozidos;
  • longo tempo de cozimento;
  • manter alimentos em temperaturas seguras;
  • utilizar água e matérias-primas seguras.

Animais domésticos, como gatos, podem ser infectados?

Sim. Gatos podem contrair o vírus ao ingerir aves doentes ou leite cru contaminado. Embora a transmissão de gatos para humanos seja rara, a OMS recomenda evitar contato com animais doentes e adotar boas práticas de higiene.

Por que a vigilância é essencial?

O monitoramento de surtos em animais é fundamental para:

  • Detectar precocemente vírus com potencial zoonótico
  • Evitar a disseminação do vírus para humanos
  • Planejar respostas rápidas e eficazes

Além disso, os produtores têm papel decisivo no controle da doença, devendo adotar medidas de biossegurança, isolar aves domésticas de aves selvagens e acionar as autoridades em caso de suspeita.

Embora a gripe aviária represente risco sanitário relevante, especialmente no setor agropecuário, o consumo de alimentos de origem animal permanece seguro, desde que observadas as recomendações de preparo e higiene. A vigilância, o preparo dos sistemas de saúde e a conscientização da população são as principais ferramentas para manter a situação sob controle.

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