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Carta aberta ao deputado federal Luiz Philippe de Orléans e Bragança

Assunto: Apelo urgente pela preservação do Açude Cedro – obra-prima do Império em ruínas

Foto: Lutero Rômulo

Excelentíssimo Senhor Deputado Federal Luiz Philippe de Orléans e Bragança,

Com profundo respeito à sua linhagem e ao legado histórico que Vossa Excelência carrega, viemos por meio desta carta aberta apelar à sua sensibilidade e prestígio como descendente direto de Dom Pedro II, o Magnânimo, cujo reinado marcou a grandeza do Brasil Imperial. Dirigimo-nos a Vossa Excelência como última esperança para salvar uma das obras mais emblemáticas de seu ilustre ancestral: o Açude Cedro, no Ceará.

Construído entre 1883 e 1906, durante o reinado de Dom Pedro II, o Açude Cedro é um monumento à engenharia e à visão progressista do Império. Foi a primeira grande obra hídrica do Brasil, projetada para combater a seca no Nordeste e símbolo do compromisso da Coroa com o povo brasileiro. Hoje, esse patrimônio histórico encontra-se em estado de abandono criminoso, entregue à destruição e ao descaso.

A situação desoladora:

1. Abandono pelas autoridades:
– O DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), responsável pela guarda do açude, ignora seu dever de preservação. As estruturas estão em ruínas, e equipamentos originais do século XIX, testemunhas da história, desapareceram sem explicação;
– Políticos locais demonstram total indiferença, negligenciando o valor cultural e turístico que a restauração traria à região.

2. Inércia do IPHAN:
– Apesar de o complexo (incluindo galpões, maquinários e a barragem) ser tombado como Patrimônio Histórico Nacional, o IPHAN assiste passivamente à degradação. Não só falha em agir, como cria obstáculos burocráticos que impedem iniciativas de salvamento, inviabilizando até mesmo a captação de recursos privados para restauração.

3. Destruição iminente:
– Telhados desabados, paredes rachadas, ferragens expostas à corrosão e documentos históricos perdidos. Cada dia de inação é um passo para a perda irreparável de um capítulo da nossa identidade.

O apelo à sua Ancestralidade e influência

Senhor Deputado, Vossa Excelência não é apenas um parlamentar; é herdeiro do sangue que construiu esta obra. Dom Pedro II dedicou recursos e atenção pessoal ao Açude Cedro, compreendendo seu papel vital para o Nordeste. Hoje, rogamos que seu descendente mobilize:

  • Seu prestígio político: Intervenha junto ao Governo Federal, ao Ministério do Turismo e à Casa Civil, exigindo ação imediata.
  • Suas conexões internacionais: Como membro da Família Imperial, Vossa Excelência tem acesso a cortes reais e organismos globais de preservação (como a UNESCO). Apelamos que busque apoio técnico e financeiro junto a essas redes.
  • Sua voz no Legislativo: Propomos que Vossa Excelência lidere uma CPI do Patrimônio Histórico para investigar o sumiço dos artefatos e a omissão do DNOCS e IPHAN.

O chamado final:

Excelência, o Açude Cedro é mais que pedra, cal e ferro; é a materialização do Brasil que ousou pensar grande. Seu abandono é uma afronta à memória de Dom Pedro II e ao povo brasileiro.

Confiamos que seu coração, sensibilizado pelo laço ancestral, não permitirá que esta obra-prima desapareça. Que o Grande Arquiteto do Universo ilumine sua trajetória nessa missão. O Brasil clama por um Orleans e Bragança mais uma vez!

“Um povo sem memória é um povo sem futuro.” (Dom Pedro II, em seus diários)

Atenciosamente,
José Wanderley Ferreira Barbosa

Nota de Contexto Histórico:

O Açude Cedro, iniciado em 1880 e concluído em 1906, foi a primeira grande obra hídrica do Brasil autorizado por D. Pedro II, projetada pelo inglês John Hawkshaw. Sua construção empregou técnicas revolucionárias e equipamentos importados da Europa, 99% já desaparecidos. Tombado pelo IPHAN em 2017, segue sem receber manutenção adequada.

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