Já fiz parte de auê político, partidário e até pessoal. Porém, os anos se passaram, apertei o “F5” e, devidamente atualizado, deixei para trás um tempo que, graças a Deus, não me pertence mais. Logicamente, se for insultado, o direito ao contraditório e à ampla defesa pode se manifestar, em alguns casos, por meio de um debate acalorado – seja ele simples ou intenso.
Pois bem. O auê da semana passada foi causado por Ciro Gomes, ex-Governador do Ceará, que até pouco tempo liderava a boa política cearense. Não podemos negar que ele lançou novos talentos, como seu irmão Cid, Camilo Santana e Roberto Cláudio, para citar apenas alguns.
Ciro é um homem de linha de frente. Sempre utilizou seu preparo e seu amor pelo Ceará e pelo Brasil para avançar com notável conhecimento, ajudando a alavancar o desenvolvimento local e a contribuir para o bom debate, lúcido e plural. O ex-governador Tasso Jereissati, um homem visionário e do bem, vislumbrou no então jovem deputado estadual de Sobral um futuro promissor.
O sobralense foi alçado a prefeito de Fortaleza, governador, ministro da República, deputado federal e presidenciável. Um currículo rico, qualificado e muito dinâmico, tanto do ponto de vista teórico quanto prático. Muitos, como eu, se aproximaram e, por muito tempo, confirmaram seu apoio, declarando-se “ciristas”. Arrependimento? Nenhum.
Porém, já passou da hora do “CIRO AUÊ”. E faz tempo. O estilo zangado, “caranzeiro” – como um dia o denominou o folclórico Marcondes Loiola do Tauá, que já partiu desta vida -, não é mais interessante e não tem mais graça alguma. Vou tirar os méritos de Ciro? Nunca, jamais. Nem teria como fazer isso.
Mas expor uma mulher como a Janaína Farias (que não conheço) desta forma, é correto? Fustigar um ex-aliado como Camilo Santana de maneira tão pública e perversa, é correto? E atacar gratuitamente o médico Giovanni Sampaio, que faz uma excelente gestão no Hospital Regional do Cariri, é correto? Pode-se chamar isso de indignação? Não creio.
Uma coisa é certa: nem na vida pessoal nem na política, alguém ganha com “auês” que emporcalham a vida pública e, principalmente, a vida pessoal de mulheres e homens.