O governo federal prepara o lançamento de uma nova versão do Auxílio Gás, com mudanças no modelo de distribuição do benefício. A proposta, que será oficialmente apresentada na próxima semana, visa garantir o acesso direto ao botijão de gás de cozinha (GLP) para famílias de baixa renda, substituindo o atual sistema de repasse financeiro baseado no preço médio nacional.
O anúncio foi feito pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, durante participação no programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Segundo ele, o novo formato do programa está pronto e será implementado de forma gradual, com previsão de alcançar 15,5 milhões de famílias até março de 2026, o equivalente a mais de 46 milhões de brasileiros.
Vale crédito e acesso direto ao gás
Atualmente, o Auxílio Gás contempla cerca de 5,6 milhões de famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com renda mensal de até meio salário mínimo. O benefício consiste em um repasse de R$ 108 a cada dois meses, valor que corresponde ao preço médio nacional do botijão de 13kg. No entanto, esse modelo tem se mostrado insuficiente em diversas regiões do país.
Há localidades onde o botijão é vendido por R$ 160 ou até R$ 170, enquanto o valor médio nacional gira entre R$ 105 e R$ 109, de acordo com o ministro.
Com a reformulação, o governo passará a fornecer um vale crédito que poderá ser utilizado diretamente em distribuidoras cadastradas. O beneficiário precisará apenas apresentar o CPF para retirar o botijão, eliminando a necessidade de desembolso adicional.
Investimento e impacto social
Para 2026, o governo prevê um investimento de R$ 13,6 bilhões no programa, com a meta de ampliar o número de famílias atendidas para mais de 20 milhões. Além de garantir o acesso ao gás de cozinha, a iniciativa busca reduzir acidentes domésticos causados pelo uso de combustíveis alternativos, como álcool, especialmente entre mulheres e crianças.
“O que o governo vai fazer, portanto, é entregar o botijão às pessoas. Com isso, além dos efeitos econômicos de possibilitar que a pessoa tenha dignidade para cozinhar seus alimentos, vamos reduzir muito o índice de queimaduras em acidentes domésticos”, destacou o ministro.