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Reação nas ruas muda o jogo da PEC da Blindagem e da anistia

No fim das contas, o saldo foi negativo para quem tentou emplacar essas propostas. Além de não avançar no Senado, a base da direita sai carimbada como a patrocinadora da blindagem parlamentar

Foto: Thiago Gadelha/SVM

As manifestações de domingo mostraram que a população não engoliu a PEC da Blindagem nem a pressa para votar a anistia dos atos golpistas.

Em todas as capitais, inclusive em Fortaleza, o recado foi o de que não se aceita que parlamentares criem mecanismos de proteção para si mesmos e ainda tentem aliviar a barra de quem atentou contra a democracia.

Esse barulho nas ruas pesou no Senado, onde até senadores que estavam em cima do muro já falam abertamente em rejeitar a PEC.

No Ceará, a reação foi forte porque quase 70% da bancada federal votou a favor da blindagem, incluindo nomes de partidos diferentes, como PL, União Brasil e até do PDT.

Deputados como André Fernandes (PL) e Eduardo Bismarck (PDT) acabaram ficando no centro da crítica, porque ajudaram a engrossar o caldo a favor de uma proposta que agora tem cheiro de derrotada. O desgaste é inevitável.

O curioso é que a própria tentativa de atrelar a PEC da Blindagem ao projeto da anistia acabou sendo um “tiro no pé”, como admitiu um aliado de Bolsonaro. O que era para dar mais fôlego à direita no Congresso virou um peso político. A pauta perdeu apoio popular, rachou articulações e agora corre o risco de ser enterrada no Senado. A anistia, por sua vez, que já era polêmica, chega mais enfraquecida.

No fim das contas, o saldo foi negativo para quem tentou emplacar essas propostas. Além de não avançar no Senado, a base da direita sai carimbada como a patrocinadora da blindagem parlamentar. E deputados cearenses que votaram a favor agora vão carregar essa marca, que pode pesar nas próximas eleições.

O eleitor pode até esquecer de algumas coisas, mas dificilmente deixa passar quando o jogo é feito para proteger político em vez de proteger a sociedade.

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