Durante a inauguração de uma praça em Ararendá, nos Sertões de Crateús, o prefeito Aristeu Eduardo (PT) provocou polêmica ao fazer declarações consideradas ofensivas a religiões de matriz africana. O episódio ocorreu na última terça-feira, 30, e repercutiu negativamente entre moradores e nas redes sociais.
Ao responder críticas de uma opositora, o gestor associou práticas religiosas afro-brasileiras à “macumba”. “Esse povo se passa de ‘bem’ de manhã, na frente da sociedade e, à noite, vai bater tambor nos terreiros de macumba. Então, fiquemos atentos, pessoal”, afirmou.
O gestor também chamou os filhos da mulher de “pagãos” por não seguirem o cristianismo e disse enxergar como dever, enquanto prefeito e cristão, “alertar a sociedade” sobre pessoas que, segundo ele, não praticam os valores que ele defende.
“Isso está nas escrituras que conhecemos que ficaram escritas para dar o norte para a sociedade. Se ofenda quem quiser se ofender, mas nós somos seguidores de Cristo. É nele que eu acredito, e é nele que eu sigo até o final da minha vida. Então, eu fico preocupado”, declarou Aristeu.
Intolerância é crime
A fala do prefeito gerou acusações de intolerância religiosa, prática tipificada no artigo 208 do Código Penal, que prevê de um mês a um ano de prisão, além de multa, para quem desrespeitar cultos, crenças ou objetos de fé.
A Polícia Civil do Ceará reforçou que vítimas desse tipo de crime podem registrar boletim de ocorrência em qualquer delegacia ou pela Delegacia Eletrônica (Deletron), disponível 24 horas por dia em todo o estado.