Em meio à correria do dia a dia, histórias de superação e amor verdadeiro ainda conseguem nos fazer parar e refletir. Uma dessas histórias é a de Mateus do Nascimento Rodrigues e Mikaelly Caetano Rodrigues, conhecidos carinhosamente em Quixeramobim como o Casal Superação.
Mikaelly nasceu com paralisia cerebral, condição que limita seus movimentos, mas nunca limitou sua vontade de viver, sorrir e amar. Ao lado do companheiro Mateus, enfrenta diariamente desafios que vão muito além das dificuldades físicas impostas pela deficiência. O casal convive com algo que poderia ser facilmente resolvido: a falta de respeito e de acessibilidade em espaços públicos e privados.
Recentemente, um vídeo mostra Mateus precisando retirar motos estacionadas sobre a rampa de acesso, para que Mikaelly pudesse passar com sua cadeira. A cena, embora cotidiana para eles, é um retrato doloroso da nossa sociedade: o espaço que deveria incluir, ainda exclui. A rampa, feita para garantir o direito de ir e vir, torna-se barreira pela falta de consciência e empatia de muitos.
O caso de Mateus e Mikaelly simboliza a realidade de milhares de brasileiros com deficiência, que encontram nas calçadas irregulares, nas rampas obstruídas e nas portas estreitas os maiores obstáculos, não físicos, mas humanos.
É preciso dizer com todas as letras: respeito é tudo.
Respeitar o espaço, respeitar o outro, respeitar o direito à mobilidade é respeitar a própria vida em sociedade.
A ausência de campanhas educativas e de fiscalização efetiva agrava o problema. São raras as ações de conscientização voltadas aos motoristas, motociclistas e comerciantes sobre a importância da acessibilidade. A inclusão não é um favor; é um dever coletivo e um direito assegurado por lei.
Histórias como a de Mateus e Mikaelly deveriam inspirar políticas públicas, e não apenas comover momentaneamente. Que o vídeo desse casal sirva de alerta, e que sirva, acima de tudo, como um convite à empatia e à mudança de comportamento.
O amor e a força do Casal Superação nos mostram que a deficiência nunca foi o maior desafio: o desafio maior está na indiferença de uma sociedade que ainda precisa aprender a enxergar o outro com respeito e humanidade.