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Ciro volta ao PSDB, PL racha e PSB cresce

Com Ciro e Cid em campos diferentes, o Ceará vive um dos momentos mais interessantes da sua política recente. A direita ainda tenta se unir, mas segue rachada; a base de governo se reorganiza com PSB e PT; e Ciro, com Tasso e aliados históricos, tenta reconstruir seu capital político para disputar o governo estadual

Foto: Thiago Gadelha/SVM

O cenário político do Ceará ganhou novos contornos com a filiação de Ciro Gomes ao PSDB, num evento marcado por simbolismo, presença de Tasso Jereissati e até trilha sonora adaptada de Luiz Gonzaga: “A todo mundo eu dou psiu… Ciro, Ciro, Ciro”.

A volta de Ciro ao ninho tucano sinaliza um movimento de reposicionamento. Ele tenta ocupar o espaço de centro, dialogando com setores mais moderados, sem romper totalmente com sua base histórica. Se ele vai conseguir se manter assim, não sabemos.

Enquanto isso, o PL atravessa um verdadeiro apartheid interno. De um lado, Priscilla Costa se lançou como pré-candidata ao Senado com o apoio de Michelle Bolsonaro, tentando consolidar o público bolsonarista mais fiel. Do outro, Alcides Fernandes, pai de André Fernandes, diz ser o candidato oficial de Jair Bolsonaro e tem o filho como principal articulador no Estado.

Os dois grupos travam uma disputa direta por protagonismo, e a filiação de Ciro ao PSDB, com André presente no evento, mostra que as peças do jogo estão embaralhadas, com alianças cruzadas e novas aproximações sendo testadas.

Do outro lado, o PSB avança com Cid Gomes e Acilon Gonçalves, que vêm trabalhando para inflar o partido e mostrar força regional. Cid reafirmou o apoio a Júnior Mano para o Senado, mesmo com resistência dentro da sigla, e João Campos, presidente nacional do PSB, já vê o Ceará como peça-chave para o crescimento do partido em 2026.

Essa movimentação reforça a estratégia de Cid, que é consolidar o PSB como força governista sólida e rivalizar com o poder de articulação do PL e do novo PSDB de Ciro.

Com Ciro e Cid em campos diferentes, o Ceará vive um dos momentos mais interessantes da sua política recente. A direita ainda tenta se unir, mas segue rachada; a base de governo se reorganiza com PSB e PT; e Ciro, com Tasso e aliados históricos, tenta reconstruir seu capital político para disputar o governo estadual.

No fim das contas, a filiação de Ciro dá um novo ritmo ao jogo. Ela mostra outro rumo, mas não a solução. O que se vê, por enquanto, é um Ceará em ebulição política, com direita dividida, esquerda de olho e o centro tentando recuperar espaço. Até 2026, vai ter muito “psiu” ainda pra ouvir.

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