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Final dos tempos?

Hoje, os tempos mudaram na política, infelizmente, para pior. O meu ex-presidenciável do PDT, Ciro Gomes, agora é Bolsonaro desde criancinha e, ontem, em sua nova filiação ao PSDB, fez o que mais gosta: vomitar ódio, rancor, uma pureza que não detém e um destempero de pistolagem verbal jamais visto

Foto: Jarbas Oliveira/Estadão Conteúdo

Continuo crendo em Deus. Creio, apesar dos pesares, ainda nos homens terrenos. Creio na fé e, principalmente, creio que é possível ser feliz plenamente com os nossos iguais.

Acredito em Icó. No seu passado, no seu presente e no seu futuro. O mesmo vale para o Ceará e o Brasil.

Acredito, pode crer, que a política ainda pode nos devolver os tempos áureos do passado de glória, para fazer morada no presente e no futuro.

Em 1986, quando começamos na vida pública, praticamente fundávamos o Partido Democrático Trabalhista, o PDT, em Icó, nas proximidades das eleições estaduais.

Bons quadros como Papito de Oliveira, Dr. Mariano de Freitas, Dr. Lúcio Alcântara, Flávio Torres, Edson Silva, Pedro Albuquerque, Araújo de Castro e Dr. Paulo Quezado, citando apenas alguns, animavam o nosso ativismo político.

Apoiamos Tasso Jereissati ao Governo do Estado – o Galeguim dos Zóis Azuis -, homem público valoroso que mudou para sempre a rica história cearense, desta feita na ambiência política e pública.

Dr. Lúcio Alcântara foi nosso vice e depois governador, tal qual Tasso, notável cearense. Sereno, culto, correto, amante da cultura, da história, da arte e muito temente a Deus.

Dr. Paulo Quezado, brilhante advogado e de uma inteligência fora do comum, empolgado e vibrante orador, pôs uma mochila nas costas com propagandas de sua candidatura a deputado estadual e saiu de ônibus das Auroras, passando pelo Vale do Salgado e pelos Jaguaribes, com parada no restaurante O Pinheirão para tomar um copo de café com leite (o famoso pingado) e um pedaço de pão com lata.

Em cada parada, se apresentava, alimentava todo mundo com suas palavras que voam e pedia votos.

Eleito à Assembleia Legislativa pelo PDT, foi um dos mais atuantes parlamentares daquele período de metamorfose por que passava o Ceará, liderado pelo jovem empresário Tasso Jereissati.

Hoje, os tempos mudaram na política, infelizmente, para pior. O meu ex-presidenciável do PDT, Ciro Gomes, agora é Bolsonaro desde criancinha e, ontem, em sua nova filiação ao PSDB, fez o que mais gosta: vomitar ódio, rancor, uma pureza que não detém e um destempero de pistolagem verbal jamais visto.

Atingiu tudo e todos. Não é à toa que, sabedores disso, o hotel que cedeu espaço à sua filiação estava vazio. Não tinha gente nem pra encher a cantina do café do Toim, na Assembleia Legislativa. Wagner não é mais miliciano. André agora é um menino talentoso. O Pastor Alcides tem um excelente currículo (Ex Pastor da Igreja de Cariús). E o inspetor Alberto é mestre em segurança pública.

Pois bem. Como afirma Vicente das Lavras, presidente da instituição icoense não governamental Pau de Jacu, “tudo agora termina em tragédia, com o sujo e o mal lavado na disputa”.

Se pararmos e olharmos com saudosismo pelo retrovisor, observando um cenário de águas limpas, o futuro pode nos remeter a uma tragédia jamais vista, porque não o lapidaram, não copiaram e nem aperfeiçoaram boas práticas.

Para todos os efeitos, nessas eleições de 2026, quiçá ao governo do Estado, todos já perdemos desde o nascedouro, com tantas agressões morais e pessoais.

De qualquer forma, vamos continuar crendo, pois, sem esperança, como diria a escritora Rachel de Queiroz, “o nordestino não sobreviveria”.

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