Em Quixeramobim, no Distrito de Nenelândia, há um lugar chamado Berilândia. Este vilarejo é conhecido por riquezas que brotam do subsolo e por gente que espalha sonoridade. Dois dos nossos melhores músicos: Tenilson e Geraldo Ferreira. Este último foi tocar em outros espaços, ficando TENILSON que recentemente recebeu o título de Mestre da Cultura.
Joaquim TENILSON de Sousa, um dos 15 filhos do Sr. Luiz Gonzaga de Sousa e da Sra. Raimunda Alves de Souza, viveu dificuldades para produzir sons no instrumento que admirava. Porém, acompanhado do primo Geraldo Ferreira escutava música nos poucos aparelhos de rádio da vizinhança e se preparava para trilhar novos caminhos tirando sons dos acordeons, sanfonas ou gaitas. Esses nomes se referem ao mesmo instrumento; a variação se deve aos costumes de cada região. No início do século XIX o Acordeon surge na Europa tendo por base o instrumento chinês muito antigo “Cheng. Chegou”. A fabricação despontou na Áustria e Alemanha e exerce grande influência nas festas promovidas pela nobreza e no âmbito popular. As Valsas vienenses ganharam fama nos bailes e nos filmes.
A chegada ao Brasil ocorre com os italianos e alemães no final do século XIX. Por ser um instrumento versátil logo ganhou espaço, adaptando-se a diversos gêneros musicais. No Nordeste, a sanfona é fundamental para um “arrasta pés” do forró, ritmo que foi popularizado nacionalmente a partir das décadas de 1940/50 com o sucesso de Luiz Gonzaga. Além do “Rei do Baião” o Nordeste nos deu Sivuca, Dominguinhos, Waldonis e outros. Mas antes do Rei, lá no Exú estava seu pai – o Mestre Januário e seus 8 Baixos.
O garoto da Berilândia pega a estrada e vai mostrando sua arte como integrante de Bandas de reconhecida popularidade: Forró Maior, Café Coado, Canarinhos do Sertão, Magnatas do Forró, Cheiro de Menina e outras. Voltando para Quixeramobim junta-se ao Nonô e Seus Caçulas e também participa dos Coroas da Saudade, grupo criado por José Artur Costa. Desde 2011 atua no “Resgatando a BOEMIDADE”.
