Home Política Guimarães quer o Senado em 2026, mas o caminho está estreito

Guimarães quer o Senado em 2026, mas o caminho está estreito

A realidade é direta e objetiva. Para que José Guimarães avance, antes precisará pacificar os seus próprios aliados. No Ceará, chegar ao Senado exige consenso, alinhamento e capacidade de reunir um bloco político em torno de um único nome

Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

A corrida para o Senado em 2026 no Ceará está longe de ter carta definida. José Guimarães, deputado federal e quadro histórico do PT, tenta transformar em realidade seu desejo de disputar a única vaga disponível. Ele atua nos bastidores para consolidar apoios e se posiciona como candidato natural do partido, mas dentro do próprio grupo governista o avanço não encontra terreno livre.

Como repercutiu Lauro Jardim, do jornal O Globo, existe uma pendência importante na aliança do PT no Ceará. Trata-se da recomposição com o deputado federal e ex-senador Eunício Oliveira, que trabalha de forma muito clara para retomar sua cadeira no Senado. Ele lembra que recebeu no passado um compromisso político para viabilizar esse retorno. Palavra dita em política precisa ser honrada. E Eunício quer a sua honra agora.

O cenário se torna ainda mais complexo quando entra em campo a influência do senador Cid Gomes, que deixou o PDT, mas continua sendo um dos principais protagonistas da política cearense. Cid atua intensamente na costura de um nome competitivo que represente seu grupo na disputa. Dentro desse ambiente, cresce o peso do deputado federal Júnior Mano, do PSB, que ampliou bases no interior e é hoje visto com real viabilidade para o Senado.

Outro personagem central nessa engrenagem é Chagas Vieira, chefe da Casa Civil do Governo do Ceará. Ele tem sido o responsável por manter a estrutura política coesa, com diálogo, articulação e capacidade de acomodar interesses diversos. Sua presença evita atritos maiores entre PT, MDB, PSB e o grupo de Cid, garantindo que o governo Elmano mantenha estabilidade.

Com tantas ambições voltadas para o mesmo destino, a pressão interna aumenta. Guimarães se vê encurralado por compromissos antigos e por aliados que não pretendem recuar em seus projetos. Nos bastidores, há quem diga que ele estaria tentando entrar no céu à força, apostando em uma candidatura que ainda não uniu a base e que depende mais da vontade pessoal do que de uma construção consolidada.

A realidade é direta e objetiva. Para que José Guimarães avance, antes precisará pacificar os seus próprios aliados. No Ceará, chegar ao Senado exige consenso, alinhamento e capacidade de reunir um bloco político em torno de um único nome. E esse nome ainda está longe de ser unanimidade.

O tempo está em contagem regressiva. O espaço político encolhe a cada movimento. E as portas do Senado, antes de se abrirem para o eleitor, precisam se abrir dentro da própria base governista.

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