Home 1 Minuto com Sérgio Machado Com Bolsonaro preso, quem ganha terreno em 2026?

Com Bolsonaro preso, quem ganha terreno em 2026?

No fim das contas, a prisão do ex-presidente não fecha nenhum ciclo. Pelo contrário. O que já se vê é uma disputa aberta por liderança e protagonismo

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

A prisão de Jair Bolsonaro mexeu com o país inteiro e acendeu o pavio da disputa na direita, tanto no plano nacional quanto aqui no Ceará.

Em Brasília, nomes como Tarcísio de Freitas, Romeu Zema e Michelle Bolsonaro já começaram a medir espaço, cada um tentando herdar um pedaço do capital político do ex-presidente. No Congresso, figuras como Nikolas Ferreira e Bia Kicis tentam transformar o episódio em narrativa de mobilização.

No Ceará, o impacto é direto e imediato. André Fernandes, agora no comando do PL estadual, assume posição de linha de frente e tenta se firmar como rosto do bolsonarismo local. Priscilla Costa aparece fortalecida, principalmente após as aproximações com Michelle Bolsonaro, o que deve lhe render um papel importante na disputa pelo Senado.

Eduardo Girão, que vinha num movimento de autonomia, agora se vê diante da obrigação de escolher se continua independente ou volta ao alinhamento total com a base bolsonarista. Já Capitão Wagner tenta equilibrar sua posição no União Brasil com a necessidade de dialogar com a direita mais radical e agora ao lado de Roberto Cláudio.

A prisão tende a reorganizar todo o campo conservador. A direita, que sempre teve Bolsonaro como polo aglutinador, agora precisa reinventar sua hierarquia e isso abre espaço para disputas internas ainda maiores até 2026.

A direita cearense, já dividida entre PL, União Brasil e movimentos mais independentes, agora corre para definir quem será a voz dominante na ausência de Bolsonaro. Com vários pré-candidatos disputando influência, o risco de fragmentação aumenta. E sem unidade, a chance de crescer no Ceará, que ainda é terreno forte para o PT, diminui.

Mas o jogo não está ganho pra ninguém.

No fim das contas, a prisão do ex-presidente não fecha nenhum ciclo. Pelo contrário. O que já se vê é uma disputa aberta por liderança e protagonismo. Quem conseguir organizar sua base, construir um discurso consistente e se apresentar como alternativa ao bolsonarismo (ou como sua continuidade) vai sair na frente.

Os próximos meses prometem ser de faísca e rearranjo. E 2026, meus amigos e minhas amigas, começa a se desenhar de fato agora.

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