A visita de Lula a Fortaleza vem num momento em que a política cearense tá mais quente que meio-dia no sertão.
Enquanto o presidente desembarca em clima de reforço à base local, o PL vive dias de turbulência e desavenças internas bem públicas. Oposicionistas já reagiram com força, tentando transformar a vinda de Lula em munição eleitoral, mas a verdade é que o barulho maior está dentro da própria direita.
Michelle Bolsonaro assumiu o protagonismo nas decisões, e o anúncio de que o PL não fechará acordo com Ciro Gomes mostra quem realmente manda no campo bolsonarista. Pelo menos por enquanto.
Do outro lado, chama atenção o silêncio de Ciro Gomes. Nada, nenhuma palavra sobre a prisão de Bolsonaro, as decisões do PL ou a visita de Lula. Quem conhece o histórico dele sabe que silêncio desse tipo fala muito.
Já Roberto Cláudio segue na mesma toada dos últimos meses. Só mira o governo Elmano, como se a política de 2026 se resumisse a um alvo fixo. Essa falta de posicionamento público dos dois revela uma estratégia de esperar o cenário assentar antes de entrar na artilharia pesada.
Enquanto isso, o PL garante que não está rachado, mas é nítido que há divisão e disputa de território. Alcides Fernandes, Priscilla Costa, André Fernandes e Michelle Bolsonaro puxam o barco em direções diferentes. Com a ausência de Bolsonaro, cada um quer ser o nome mais forte para 2026, e o resultado é que as brigas internas vêm à tona sem filtro. A oposição precisa construir unidade, mas vive fazendo seus ajustes de rota à luz do dia, alimentando especulação e dando munição para a base governista.
A presença de Lula em Fortaleza, em sua décima visita ao Ceará, ganha um contorno ainda mais estratégico. Vem num momento em que o PT local está unido, enquanto a oposição aparece fragmentada e com dificuldade de organizar o próprio quintal. Será que dá pra construir uma grande frente de oposição desse jeito?




