31 anos depois, Luiz Oswaldo Sant’Iago Moreira de Souza oferece generosamente uma reflexão sobre “Educação e Felicidade – do processo individual de estar-sendo ao projeto coletivo de vir-a-ser-mais – um estudo comparativo de casos”.
Digo generosamente porque ele abre mão de qualquer vaidade e escancara a todos os interessados as reflexões que escreveu em 1994.
Sem maquiagem, sem atualizações, Luiz Oswaldo explica a intenção da publicação: “Pretende apenas expressar algumas reflexões sobre o que considero o mesmo necessário que fazer, tanto na administração do pedagógico na escola como no pedagógico na administração da empresa. Prendem-se tais reflexões ao que pensava às épocas determinadas: 1973 a 1985, no caso de Quixadá, e 1991 a 1993, no caso de Brasília. Por isso, aqui vão as ideias, as citações, as reflexões desprovidas de qualquer atualização, tal e qual escritas em 1994 logo um ano após a segunda experiência e nove anos após a primeira”.
Luiz se refere à atuação dele na atual Feclesc e na montagem e vivência do primeiro Garef – Gabinete do Representante dos Funcionários no Conselho de Administração do Banco do Brasil. Ele prossegue: “Não há a veleidade de pretender defender uma verdade ou de não entender que os tempos mudaram e muito, talvez ou quiçá, esteja ultrapassado. Não há entendimento de ser a interpretação correta e objetiva dos fatos. Não. É uma visão pessoal e, por isso, passível de tantas contestações que, com tranquilidade, acolho. Mas é, com sinceridade, a forma como encarei os fatos e procurei me conduzir diante deles. Era assim que pensava”.
Luiz Oswaldo detalha logo de início a quais experiências concretas se refere: “A primeira prática, desenvolvida entre os anos de criação e os dois primeiros de funcionamento da Universidade Estadual do Ceará, em Quixadá, propicia uma análise da administração do pedagógico, enquanto que na segunda me detenho a analisar o pedagógico na administração de uma empresa, refletindo sobre a experiência do mandato do Conselheiro Representante dos Funcionários do Banco do Brasil S.A. nos Conselhos de Administração e Diretor, biênio 91/93″.
“A reflexão que se põe é como estabelecer um projeto que permita ao educador interferir em um processo de educação entre indivíduos com diferentes visões de mundo e de homem e como construí-lo coletivamente, fruto da interação de homens, por sua vez, singulares, diferenciados”.
A obra de Luiz Oswaldo reconhece que há diferenças entre o que se teoriza ou se deseja e a realidade fática:
“Partindo do princípio de que o complexo real é mais rico e completo que o complexo pensado, que o ser é irredutível ao saber, que a ciência jamais encerra a realidade, analisam-se as duas práticas na perspectiva de chegar ao projeto pensado através do processo vivido”.
Acredito que todos os que intencionam contribuir para o oferecimento de um processo educacional rico e preocupado em combater as desigualdades, encontrarão nesta obra o que o Prof. Dr. Altemar da Costa Muniz, autor do prefácio, reconhece:
“Portanto, quem ler este livro até o fim terá o privilégio de entrar na intimidade dos sonhos do Luiz, testemunhará suas experiências na Feclesc e no Garef em busca de projeto pedagógico que possa interferir numa realidade social e na natureza humana: a sede de ser feliz. ‘Felicidade que é buscada pelo sonho de vir-a-ser-mais, que é o próprio estando-bem-com-o-estando-sendo-mais, que é ameaçada pelo medo e pela alienação, mas que se constrói no coletivo, na tentativa de organização de uma classe para si, com a paixão que cria o novo: o extraordinário no cotidiano’”.
Recomendo fortemente a leitura. A obra está disponível gratuitamente AQUI.
Sergio Riede
Na foto, professor Luiz Oswaldo




