A notícia de que Jair Bolsonaro escolheu o senador Flávio Bolsonaro como seu representante à Presidência mexeu com o tabuleiro político.
O mercado reagiu rápido. A Bolsa sentiu, investidores ficaram mais cautelosos e o clima passou longe de tranquilidade. Não é surpresa. Quando o cenário aponta para continuidade de conflito político e pouca previsibilidade, o dinheiro costuma se retrair.
Flávio não carrega só o sobrenome do pai, mas também o peso das disputas judiciais e da polarização que ainda marca o bolsonarismo. De acordo com Datafolha, apenas 8% aprovam a escolha do nome de Flávio. E ele responde dizendo “ter um preço” para retirar candidatura.
De acordo com essa mesma pesquisa, 22% preferem o nome de Michelle Bolsonaro, aliada à vereadora Priscila Costa.
Do ponto de vista eleitoral, a leitura geral é de que a decisão pode, paradoxalmente, fortalecer Lula. Pesquisas recentes, como a QUAEST, já indicavam vantagem do presidente, liderando com 35%, e a entrada de Flávio tende a reforçar a rejeição fora da base mais fiel da direita.
Essa escolha também abre novos movimentos no jogo político.
Com esse anúncio, a direita cearense segue ainda mais fragmentada, com disputas internas e dificuldade de construir uma candidatura que una discurso forte e viabilidade eleitoral.
Aqui no Ceará, essa decisão nacional já encontra um cenário mais ou menos desenhado. O caminho de Ciro Gomes está praticamente definido, com alianças e posicionamentos que apontam para 2026 (para desgosto de Cid). Em pesquisa recente do Instituto Real Big Data, Ciro já lidera, com Elmano, disputa para o Governo do Estado.
Até lá, muita água ainda vai rolar, mas o jogo começa a ganhar contornos mais nítidos, tanto no Brasil quanto no Ceará.
