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É hora de refletir sobre Quixadá e seus políticos

Prefeito reeleito, Silveira deve recordar que ele e seu grupo disputaram a Prefeitura local várias vezes até finalmente conseguirem chegar ao posto onde estão, porque a política é marcada por ciclos, longos ou curtos

Foto: Jândreson Gomes

O prefeito reeleito de Quixadá, no Sertão Central, Ricardo Silveira (PSD), conseguiu uma grande votação em sua reeleição e se firmou como uma liderança política da região. Isso é um fato. No entanto, sua posição atual não o configura como o mandante da política quixadaense, onde ele toma decisões – ou acha que deve tomar – por outros políticos.

Em declaração veiculada nessa terça-feira, 8, Ricardo chegou a afirmar que “não há mais espaço” para o grupo liderado pelo ex-prefeito Ilário Marques (PT) em Quixadá, e chegou a ponderar que o grupo não deve tentar novas candidaturas no município.

Ricardo venceu a eleição em Quixadá contra Victor Marques, filho de Ilário, com uma diferença expressiva de votos, mas isso não o torna um cacique eleitoral. Prefeito reeleito, Silveira deve recordar que ele e seu grupo disputaram a Prefeitura local várias vezes até finalmente conseguirem chegar ao posto onde estão, porque a política é marcada por ciclos, longos ou curtos.

Usar a voz, como político e gestor, para falar como se fosse membro do grupo de Ilário, mostra que o prefeito precisa avaliar melhor suas falas e suas análises, pois, considerando a transitoriedade do poder e a hegemonia de grupos políticos, o grupo ao qual o atual prefeito pertence está formado hoje, mas um deslize pode não garantir o amanhã, afinal, a aliança com Osmar Baquit é recente, e anteriormente, para exemplificar, o deputado estadual estava junto com Ilário.

2024 terminou domingo, mas o trabalho para 2028 só começou, e fazer um sucessor não é tarefa fácil, principalmente quando há problemas concretos no município que precisam ser resolvidos e promessas a serem cumpridas, principalmente na área da saúde, o calcanhar de Aquiles da atual gestão.

Se o PT e Ilário não são uma preocupação para a atual gestão, nada mais justo que focar no trabalho. É necessário se preocupar com os problemas domésticos primeiro, antes de tentar apontar para o que o opositor deve ou não fazer.

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