O prefeito eleito de Choró, no Sertão Central, Bebeto Queiroz, é um dos alvos da operação da Operação Vis Occulta, que busca desarticular um grupo criminoso responsável por compra de votos e influência nas eleições em municípios cearenses. O político, no entanto, não foi localizado para cumprimento do mandado de prisão preventiva expedido contra ele e é considerado foragido. A ofensiva é realizada pelo Ministério Público Eleitoral e Polícia Federal, com apoio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), nesta quinta-feira, 5.
Bebeto foi solto recentemente após ter sido preso temporariamente em 23 de novembro, no âmbito da Operação Ad Manus, do Ministério Público do Ceará (MPCE), juntamente com as polícias Civil e Federal, para combater atos ilícitos em contratos de empresas de combustíveis com a Prefeitura de Choró para abastecimento da frota da gestão municipal.
Na operação Viss Occulta, o empresário Maurício Gomes Coelho foi preso preventivamente. Ele já estava detido.
Ao todo, sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra políticos e empresários em Fortaleza. Também foram aplicadas medidas cautelares a cinco investigados, como o recolhimento domiciliar noturno e o uso de tornozeleira eletrônica.
Os mandados foram deferidos pelo Juízo da 3ª Zona Eleitoral. As investigações revelaram indícios de que os valores utilizados para a compra de votos foram obtidos por meio de um esquema de “Caixa 2”, envolvendo contratos públicos direcionados a empresas vinculadas à organização criminosa. Esses recursos eram destinados ao financiamento ilícito de campanhas eleitorais.
A ação é um desdobramento da Operação Mercato Clauso, deflagrada pelo MP Eleitoral em outubro deste ano em Fortaleza, Canindé e Choró. Os dados coletados nas operações serão compartilhados com outros órgãos de investigação do Ministério Público, além da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD), para apurar o possível envolvimento de servidor público no esquema.