A crise política que se desenrolou no primeiro dia do ano, com a não posse de prefeitos em vários municípios do Brasil, sendo dois deles no Ceará, é um duro reflexo da irresponsabilidade e da corrupção que ainda permeiam a política brasileira.
O caso de Santa Quitéria é emblemático: José Braga Barrozo (PSB), preso horas antes de sua posse, é investigado por suspeita de envolvimento com facções criminosas que teriam atuado em favor de sua eleição. Isso expõe a fragilidade das estruturas políticas e da segurança jurídica de um processo eleitoral que deveria ser conduzido com transparência.
Em Choró, a situação é igualmente preocupante. Bebeto Queiroz (PSB), o candidato mais votado, teve sua posse suspensa por ser alvo de investigações por crimes eleitorais e com mandado de prisão em aberto.
Esses episódios não são isolados. Em todo o Brasil, mais de 20 prefeitos foram barrados pela justiça no primeiro dia do ano. Isso demonstra a falência do sistema eleitoral e o descaso com a verdadeira função do cargo público, que é servir à população.
A solução para isso passa pela responsabilização de todos os envolvidos em práticas ilícitas e pela criação de mecanismos que fortaleçam a integridade do processo eleitoral.
O que fica claro diante desses acontecimentos é a falta de credibilidade nas instituições públicas. Como a população pode confiar em suas escolhas se, ao final, esses líderes são investigados por corrupção e envolvimento com o crime organizado?
E, no fim das contas, onde fica o valor do nosso voto?