Um governo, leia-se poder, comunica-se por sinais e ações. Sempre foi assim, e sempre será, seja no âmbito político ou administrativo.
Certa feita, o então Ministro da Educação, Cid Gomes, resumiu bem a lógica desse jogo ao dizer:
– “Quem é governo, deve ser governo; quem é oposição, deve ser oposição. Largue o osso que não é uma coisa nem outra.”
E ele não titubeou. Deixou o governo Dilma Rousseff, mesmo fiel às suas convicções, quando o centrão exigiu sua cabeça. Na política, quem não se alinha, inevitavelmente se isola.
Nos últimos episódios do Ceará, quem se atreveu a “chutar o pau da barraca”, mesmo sem força ou musculatura eleitoral suficiente para ferir o governo, tornou-se alvo; não pelo que é, mas pelo recado que precisa ser dado.
– É um aviso claro para aqueles que ousarem ser “contramigos”.
Fez certo o governo do Palácio da Abolição? Certo, certíssimo. A fila anda, e não faltam candidatos prontos para se alinhar. Acabou o tempo em que bater na mesa ou gritar garantia espaço ou atenção. Hoje, a plateia não perdoa:
– Quem assiste, opina – e em geral, a opinião é pragmática: “Entre um e outro, fico do lado da briga, porque depois de quebrar os potes, a água será doce para quem esperar.”
Política é um jogo, e como tal, tem regras. Quem não aprendeu a lógica dos dezoito anos, no campo de travinha, jamais saberá jogar nos grandes estádios, ao lado de bons artilheiros e técnicos.
É preciso ler os sinais, respeitar o roteiro e, sobretudo, entender que, em tempos de poder, ou se é aliado ou se é descartado.
– A escolha é simples: é comigo ou contramigo.