A confirmação de que André Fernandes assumirá o comando do PL no Ceará, a partir de agosto, mexe com o cenário político local em todos os sentidos.
A escolha teve aval direto de Jair Bolsonaro e de Valdemar Costa Neto, presidente nacional da legenda. Um sinal de que o partido aposta na popularidade de André para fortalecer sua presença no estado. O deputado federal, que já é uma das principais vozes bolsonaristas no Ceará, agora passa a ter também o controle da estrutura partidária, ampliando seu protagonismo nas articulações para 2026.
A saída de Carmelo Neto da presidência estadual, sem manifestação pública até o momento, expõe um processo de mudança interno. Embora os dois façam parte do mesmo campo ideológico, a troca no comando indica uma preferência por um perfil mais midiático e com maior capacidade de articulação.
O que rola nos bastidores é que André Fernandes teria mais facilidade em se unir com políticos não tão conservadores historicamente, como Roberto Claudio e Ciro Gomes, para fortalecer a oposição em 2026.
E essa mudança não resolve os desafios internos do partido. A disputa pela indicação ao Senado também já causa divisões. De um lado, a vereadora Priscila Costa, com forte apoio entre os bolsonaristas mais tradicionais; do outro, o deputado estadual Alcides Fernandes, pai de André, que ganha força com a nova configuração partidária. Essa disputa pode gerar tensão, especialmente se não houver um consenso até o início do próximo ano eleitoral.
A expectativa é que, com André no comando, o PL busque mais visibilidade e amplie seu espaço nas principais disputas do Ceará. Além disso, o novo presidente estadual também terá a tarefa de conter os conflitos internos e construir uma chapa competitiva para 2026.
O desafio será equilibrar a vontade de protagonismo com a necessidade de unidade, algo que nem sempre é simples em partidos com lideranças tão personalistas e com interesses tão distintos.