Home Geral Primeiro voo orbital da história do Brasil é interrompido após foguete explodir

Primeiro voo orbital da história do Brasil é interrompido após foguete explodir

Foguete da startup sul-coreana Innospace apresentou anomalia ainda no primeiro estágio e foi perdido poucos minutos após a decolagem no Maranhão

Foto: Reprodução/Innospace

O que seria um marco histórico para o setor espacial brasileiro terminou de forma frustrada na noite dessa segunda-feira, 22. O foguete Hanbit-Nano, da startup sul-coreana Innospace, apresentou uma falha durante o voo e não conseguiu completar o que seria o primeiro lançamento orbital realizado a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

A decolagem ocorreu às 22h13. Nos primeiros instantes, o voo transcorreu conforme o planejado, com a confirmação da quebra da barreira do som (Mach 1) e da passagem pelo ponto de máxima pressão aerodinâmica. Pouco menos de dois minutos após a partida, no entanto, a transmissão foi interrompida, e o centro de controle passou a exibir o aviso de uma anomalia. O veículo acabou sendo perdido, e a transmissão foi encerrada logo em seguida.

Pelo momento em que ocorreu a interrupção, a falha teria acontecido ainda durante a fase propulsada do primeiro estágio do foguete, etapa crítica do voo. Até o momento, não há informações detalhadas sobre a causa exata do problema.

Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que equipes técnicas da instituição, junto com o Corpo de Bombeiros do CLA, foram deslocadas para a área de impacto a fim de avaliar os destroços e as condições do local. Segundo a FAB, o lançamento começou dentro dos parâmetros previstos, com trajetória inicial vertical, mas uma anomalia fez com que o veículo colidisse com o solo.

A Aeronáutica ressaltou ainda que todos os procedimentos sob sua responsabilidade — incluindo segurança, rastreamento e coleta de dados — foram executados conforme o planejamento, garantindo que a operação ocorresse de forma controlada e alinhada às normas internacionais do setor espacial.

Com o insucesso, o episódio se soma ao histórico de tentativas frustradas do programa brasileiro de lançadores. O país já havia enfrentado falhas em três voos do VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites), realizados em 1997, 1999 e 2003, que também não conseguiram alcançar a órbita.

Apesar do revés, as falhas em testes iniciais são comuns no desenvolvimento de novos foguetes. Antes do Hanbit-Nano, a própria Innospace realizou, a partir de Alcântara, o lançamento do Hanbit-TLV, um protótipo suborbital de estágio único, em março de 2023. Na ocasião, o voo foi bem-sucedido e teve como objetivo validar sistemas que seriam incorporados ao primeiro estágio do novo lançador.

Deixe seu comentário:

Please enter your comment!
Please enter your name here