O ex-chefe de gabinete do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), Deonilson Roldo, foi preso hoje, 11, em caráter preventivo, na Operação Piloto – 53ª fase da Lava Jato, que investiga o envolvimento de funcionários públicos e empresários com a empreiteira Odebrecht no favorecimento de licitação para obras na rodovia estadual PR-323, em 2014. A obra foi contratada por R$ 7,2 bilhões.
Segundo o procurador da República Diogo Castor de Mattos, Deonilson Roldo foi apontado por outros investigados como o arrecadador de dinheiro ilícito pago a agentes públicos em contrapartida ao favorecimento em contratos para a realização de obras públicas. Ainda de acordo com o procurador, as investigações apontam que Roldo continua colaborando com Richa, coordenando informalmente a campanha do ex-governador ao Senado.
Além de Roldo, também foram detidos, hoje, o empresário Jorge Theodócio Atherino e Tiago Correia Rocha. Preso preventivamente, Atherino é apontado como o “operador financeiro”, ou seja, o intermediário que gerenciava as propinas do esquema de corrupção desenvolvido durante a gestão de Richa à frente do governo paranaense. Já Rocha, detido em caráter temporário, é suspeito de atuar como “braço-direito” de Atherino.
Roldo e Atherino estão entre as 11 pessoas que a força-tarefa da Lava Jato do MPF no Paraná denunciou no último dia 5 pelos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. As provas que embasam a acusação revelaram o pagamento de propinas pela Odebrecht para obter favores ilegais relacionados à Parceria Público Privada (PPP) para exploração e duplicação da rodovia PR-323.
Hoje, o procurador da República afirmou que, apesar de o MPF já ter denunciado Roldo e Atherino, “novas evidências demonstraram que os dois continuavam atuando em atividades suspeitas. Um deles trabalhando de forma oculta na coordenação da campanha para o Senado do ex-governador Beto Richa, e o outro continuando a movimentar valores expressivos em nome de diversas pessoas jurídicas.”
As prisões de Roldo, Atherino e Rocha ocorrem no mesmo dia em que Richa e outras 14 pessoas, incluindo a mulher e um irmão do ex-governador, foram presos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrada pelo Ministério Público do Paraná. Apelidada de Operação Radiopatrulha, a ação do Gaeco investiga irregularidades no programa Patrulha do Campo, lançado pelo então governador do Paraná Beto Richa, no período 2012-2014, para asfaltar estradas de áreas rurais.
De acordo com o delegado federal regional de Combate ao Crime Organizado, Igor Mário de Paula, a deflagração das operações federal e estadual em um mesmo dia foi “uma coincidência e uma consequência natural das investigações que vêm sendo realizadas há tempos”.
Repórter Ceará – Agência Brasil