Faltam menos de 24 horas para a abertura das sessões de votação que definirão o próximo presidente da República. Em outras palavras, faltam menos de 24 horas para o fim daquela que é, de longe, a campanha eleitoral mais polarizada da história do nosso país.
Uma campanha onde os verdadeiros problemas foram jogados para debaixo do tapete. Onde questões fundamentais ficaram em segundo plano. Uma campanha onde a racionalidade deu lugar às emoções, fortalecendo sentimentos de ódio e ressentimento social.
É claro que para as mentes intolerantes e intelectualmente limitadas, é muito fácil e proveitoso apostar na divisão da sociedade em dois grupos antagônicos, que trocam acusações entre si na tentativa de suprimir o diálogo e invalidar a posição política daquele que pensa diferente e que muitas vezes é visto como um inimigo.
É muito fácil para aqueles que não têm argumento, divulgar notícias falsas na tentativa de destruir a imagem do seu opositor. É muito fácil desprezar as regras do jogo, apelar às emoções e xingar o outro de fascista ou de comunista, como se esses termos simplistas fossem capazes de traduzir a complexidade do mundo real.
Se estamos mesmo defendendo a democracia, precisamos ser coerentes e colocar em prática os valores democráticos de liberdade, tolerância e respeito pelo outro, independente do seu pensamento ser autoritário ou não, porque sem liberdade não há democracia, e sem diálogo só nos resta a lei da força bruta. E não é isso que queremos!
Repórter Ceará
