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Um retrocesso na política

Não é de hoje que atritos, críticas e provocações têm marcado a difícil relação entre a imprensa e a classe política brasileira, relação essa que se tornou ainda mais fragilizada diante do surgimento e da rápida difusão das redes sociais, as quais têm sido utilizadas por muitos políticos como um mecanismo alternativo de comunicação.

É verdade que as redes sociais ampliaram a possibilidade de participação social, abrindo um canal direto de comunicação entre os nossos dirigentes e a população. Mas, no fundo, nós sabemos que não é esse o motivo que tem feito com que muitos políticos abandonem os meios tradicionais de comunicação em favor das redes sociais.

O que está por trás desse movimento, é uma clara tentativa de enfraquecer o trabalho da imprensa e fugir da crítica feita pelos formadores de opinião, porque através das redes sociais, esses políticos podem criar seus guetos partidários e alimentar seus eleitores devotos com toda sorte de discursos infundados, reduzindo assim o incômodo que lhes é causado pela mídia tradicional.

E isso só é possível porque as redes sociais se transformaram num verdadeiro campo minado, com um intenso fluxo de notícias falsas e meias-verdades, construídas e divulgadas com o único objetivo de destruir reputações e atingir os mais variados fins políticos, o que torna cada vez mais difícil distinguir se uma informação é verdadeira ou não.

Por isso, mais do que nunca, precisamos de meios confiáveis, onde as informações possam ser checadas e a veracidade do conteúdo devidamente atestada. Por outro lado, é preciso que os políticos lembrem que a TV e o rádio ainda são os principais meios de comunicação acessados pela esmagadora maioria da população, e abandonar esses meios pode significar um naufrágio político para aqueles que precisam de visibilidade para alcançar o poder.

1 Minuto com Sérgio Machado

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