O primeiro contato de Luthecio da Silva, 24 anos, com o Hip Hop foi através de um DVD que ele mesmo comprou em Salvador, quando tinha 15 anos de idade. Pouco tempo depois ele viu uma disputa de dança que estava acontecendo na praça da sua cidade, ficou apaixonado pelos passos e disse que queria fazer aquilo. Luthercio conta que aprendeu muita coisa sozinho, mas tinham outras que precisavam de uma pessoa com mais experiência para lhe ensinar, então conheceu o professor Lucinei, conhecido como Nei Black, que lhe ajudou a se aprofundar mais na cultura Hip Hop.
O seu primeiro grupo foi o “Power Black Crew”, que era o mesmo grupo do professor Nei Black. Foi como ele começou a se apresentar em teatros. Logo depois um amigo apresentou mais uma parte da dança que Luthercio não conhecia, que eram as batalhas de dança de rua, onde aprendeu toda a cultura. Em 2007, participou do primeiro campeonato, em Salvador mesmo e o seu grupo saiu vitorioso. Eles ficaram sabendo que esses campeonatos aconteciam no Brasil todo e começaram a viajar participando dos campeonatos, cuja maioria oferecem premiações em dinheiro.
Luthercio voltou para a sua cidade natal, Quixeramobim, e ficou parado por um ano, pois não existe nenhum apoio destinado a essa área aqui na cidade, segundo ele. Então começou a ir para a capital cearense, se apresentar nos semáforos para conseguir o dinheiro das inscrições dos campeonatos e adquirir mais experiência na dança. O dançarino já foi voluntário no bairro Conjunto Esperança, onde dava aulas gratuitas para crianças: “Era muito bom, porque eu via que eles queriam aprender, se esforçavam, e era por vontade própria, não estavam lá porque a mãe tinha mandado”, destaca.
Hoje são seis pessoas ativas, entre eles sua namorada, Amanda Freitas, 25 anos. Eles criaram um projeto chamado “Resistencia Hip Hop”, que tem o intuito de reunir e resgatar a cultura. Algumas coreografias são feitas pelo casal. Amanda conta que já gostava de dançar, mas só conheceu o Hip Hop através do namorado. Hoje dançam juntos e destacam a importância da dança de rua e que ela pode ser praticada por pessoas de qualquer idade.
O grupo ensaia todos os dias à noite, na quadra da UAB, juntamente com o basquete e a capoeira. Quem tiver interesse de conhecer ou aprender, o grupo está aberto para novos integrantes. É só comparecer a um ensaio.
Resistência Hip Hop, o Palco do SerTão é todo seu:
Repórter Ceará – SerTão Para Ser do Ceará