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Hipocrisia e desfaçatez é o combustível da política local

Com o título “Hipocrisia e desfaçatez é o combustível da política local” eis o artigo do professor universitário e economista Francisco Fernandes, pós-graduado em gestão pública, com mais de 20 anos no exercício de gestão. Confira:

A classe política de Quixeramobim, salvo raras exceções, encabeça o ranking nacional da hipocrisia e desfaçatez.

Valores morais como ética, honestidade, integridade, espirito de equipe, hombridade, respeito, bom caratismo, humildade, dentre outros, desviam de rota quando se aproximam dos políticos locais, como disse, salvos raras exceções.

Aqui as ideologias políticas não encontram espaço. Aqui vale o princípio do “toma lá dá cá”. Os amigos de ontem que se locupletavam com a bandeja do poder são os inimigos de hoje, assim como os inimigos de ontem são os amigos de hoje. E não se faz necessário apontar nomes, todos sabem quem são.

A nova tecnologia de perpetuação no poder é a bipartição de grupos familiares em situações antagônicas… Uns pendem para um grupo politico, outros pendem para seus opositores… É a clássica situação de “uma mão a Deus e outra ao Diabo”.

Na verdade isso representa uma postura hipócrita e disfarçada dos grupos políticos se alojarem perpetuamente no poder. Qualquer que seja o vencedor o grupo será beneficiado, porque tem um familiar ou um laranja ali representado. E assim, a mesma patota se perpetua no poder.

É comum se ouvir um politico, notadamente um vereador, se vangloriar de que tem 3, 4, 5 mandatos. Como se isso fosse um atestado de mérito e lhe garantisse perpetuação no cargo público.

Entretanto, nós cidadãos, deveríamos refletir o porque dessa longevidade. Terá sido por competência? terá sido por compra de votos? terá sido por acomodação ao poder? terá sido por garantia de benefícios futuros a si ou aos seus?

Uma coisa é certa. Vereador trabalha oficialmente uma vez por semana, por meio expediente. Para uns seria vergonhoso abrir a boca e dizer que ganha 8.000 mensais há 12, 16 ou 20 anos trabalhando 4 meio-dias por mês. Para alguns vereadores isso é um mérito. Cabe a cada cidadão avaliar.

Cada cidadão por acaso já pensou em avaliar que projetos importantes, que beneficiem a sociedade como um todo, foram apresentados e postos em prática? A cada 4 anos quantos projetos cada vereador apresentou e aprovou? O nivel de renda mensal de um vereador, por meio expediente, representa uma pequena fortuna que poucos cidadãos jamais ousarão alcançar.
Será que estou sendo injusto nessa minha avaliação?

Olho ao meu redor e reflito. O munícipio hoje está subordinado a 3 grupos políticos, comandados por Cirilo, Edmilson Jr. e Clébio Pavone. Afora esses, alguns sub-grupos que transitam com naturalidade e desfaçatez por entre os grupos de maior envergadura, dependendo das vantagens e benefícios que puderem auferir.

E isso se faz notar nesse momento pré-eleitoral. As lideranças estão perdendo o controle e a orientação de seus liderados. Na quase totalidade, cada vereador apoia deputados estaduais e federais distintos. Por que será? Com certeza não é por orientação das lideranças. Usam o voto das pessoas mais humildes e deseducadas como instrumento de troca. Todos sabemos porque.

Está na hora de uma reforma política de envergadura nesse país, onde mudanças drásticas deveriam ser implementadas. Dentre elas, de grande importância seria a redução do mandato político com uma única recondução e redução drástica dos seus vencimentos e vantagens adicionais. Isto é, cada cidadão teria mandato político de no máximo 8 anos, com nova candidatura após 8 anos do seu último mandato.

Rigorosa punição aos corruptos e exclusão definitiva de qualquer cargo público, politico ou administrativo. Total subordinação e fidelidade às diretrizes partidárias enquanto durar o mandato, sendo automática a perda do mandato a qualquer um que fira esses princípios. Ou seja: nada de vender apoio a esse ou aquele candidato de outro partido ou não coligado. Apoiar em bloco a orientação partidária seria a conduta correta.

Ah!… Tantas mudanças se fazem necessárias para que a representação política se faça dentro de princípios de honestidade, moralidade e honradez… Terei vida suficiente para ver essas mudanças? ou irei pra eternidade carregando essa utopia?
Por fim, plagio Cid Carvalho: DOA A QUEM DOER…

Francisco Fernandes
Professor universitário e economista

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