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Entidades nacionais condenam declaração de Bolsonaro de punir imprensa com corte de publicidade

Nessa terça-feira, 30, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) criticaram as declração proferidas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) sobre o jornal Folha de S.Paulo. Durante entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, Bolsonaro declarou que, veículos de imprensa que se comportarem de forma “indigna” não receberão apoio do governo, citando a Folha como exemplo.

Além da ANJ e Abraji, A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) também criticou o presidente.

“É preocupante que o presidente eleito tenha manifestado a intenção de usar verbas publicitárias oficiais como forma de punição a um jornal por discordar de seu noticiário […] Os investimentos do governo em publicidade, como qualquer outra verba pública, devem seguir sempre critérios técnicos, e não políticos ou partidários”, disse o presidente da ANJ, Marcelo Rech

“O respeito à Constituição – à qual o presidente fará um juramento solene de obediência no dia 1º de janeiro de 2019 – não é pleno quando a imprensa se converte em objeto de ataques e de ameaças […] Fiscalizar o poder público – e em particular as ações do presidente da República – sempre foi e seguirá sendo uma função inerente ao jornalismo, exercida em nome do interesse público. Zelar por essa função é missão primordial da Abraji, assim como deve ser objeto de zelo de todo governo democrático”, declarou a Abraji em nota.

“A Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ, representante máxima da categoria no Brasil, expressa sua preocupação com o futuro da nação brasileira, após a eleição da chapa formada pelo capitão reformado Jair Bolsonaro e pelo general Mourão, também reformado, para governar o país a partir de 1º de janeiro de 2019”, ressaltou a Fenaj em nota.

Ao JN, Bolsonaro prometeu respeitar a liberdade de imprensa, mas disse que o repasse de verbas de anúncios da União é uma coisa diferente. “Sou totalmente favorável à liberdade de imprensa, mas temos a questão da propaganda oficial de governo, que é outra coisa”, disse. “Não quero que (a Folha) acabe. Mas, no que depender de mim, imprensa que se comportar dessa maneira indigna não terá recursos do governo federal. Por si só esse jornal se acabou.”

No Twitter, o jornal Folha de S. Paulo respondeu ao presidente eleito. “Jair Bolsonaro, mesmo após eleito presidente, não deixa de ameaçar a Folha. Ainda não entendeu o papel da imprensa nem a Constituição que promete obedecer”, disse a Folha.

O presidente eleito contestou reportagens da Folha, publicadas em janeiro e em agosto, que mostrou que uma assessora parlamentar, identificada como Walderice dos Santos da Conceição, vendia açaí e prestava serviços particulares ao deputado em Angra dos Reis, no Rio, onde ele tem casa de praia.

Em agosto, o Ministério Público abriu os primeiros procedimentos para analisar se oferece denúncia contra Bolsonaro. A notícia de fato, como é chamada, partiu de uma denúncia anônima. O procurador responsável pelo caso é João Gabriel Morais de Queiroz.

Repórter Ceará com Agência Estado

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