Após cinco cirurgias de separação realizadas em Ribeirão Preto (SP), as irmãs que nasceram unidas pela cabeça Maria Ysabelle e Maria Ysadora, de dois anos, chegaram a Fortaleza nesta sexta-feira, 29, para reabilitação ao lado da família. “Muita felicidade e gratidão nesse momento”, revela a mãe das gêmeas, Débora Farias, instantes após desembarcar no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza. Para o pai, Diego Farias, a sensação é de alívio.
“A gente conseguiu essa vitória. Vai ser um longo período de reabilitação, mas, se Deus quiser, vai dar tudo certo”, comenta.
De volta à terra natal, as gêmeas farão uma visita ao mar pela primeira vez, como uma celebração à vida. “A gente vai ver a família, passear um pouco com elas e ir à praia”, explica Diego.
As bebês foram submetidas à cirurgia de separação das cabeças em 27 de outubro de 2018, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) e retornaram ao Ceará no início da tarde desta sexta-feira, 29.
Maria Ysadora e Maria Ysabelle são de Pacatas, distrito da cidade de Aquiraz, distante 32 km de Fortaleza, e foram transferidas para Ribeirão Preto para passarem pelo procedimento inédito no Brasil. Por ser considerada de alta complexidade, a cirurgia foi dividida em cinco fases, que ocorreram entre 17 de fevereiro e 28 de outubro de 2018.
As gêmeas receberam alta médica em 7 de dezembro. A volta delas estava prevista para o mesmo mês, mas problemas na cicatrização pós-cirúrgica impediram o retorno no tempo esperado.
Crianças evoluem bem
O processo de reabilitação das irmãs no Ceará será acompanhado pelo neurologista Eduardo Jucá, que, em 2017, foi responsável pela transferência das gêmeas para o HC. Ele afirma que o quadro clínico delas não inspira preocupações.
“Tiveram alteração cerebral, mas estão evoluindo bem”, avalia. Ainda segundo o médico, além do resultado positivo à saúde das gêmeas, a cirurgia trouxe aprendizado para a equipe hospitalar. “Foi uma grande lição para todos nós. Aprendemos muito em termos de planejamento, trabalho em equipe e superação humana.”
Repórter Ceará com informações do G1-CE