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Denúncia: Vídeos mostram crianças sendo agredidas por professores em escola particular de Caucaia

Imagens divulgadas nas redes sociais por pais de alunos da Escola Sonho Meu, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, mostram os filhos sendo agredidos por professores. O caso foi apresentado pelo Fantástico, da Rede Globo de Televisão.

A denúncia veio a tona após a mãe de um aluno receber queixas de agressão do filho, de apenas quatro anos. A mesma pediu para ver as imagens das câmeras de segurança do circuito interno da escola. Em uma das imagens, a professora pega o filho dela por um dos braços e o arrasta pela sala até uma mesa.

Em outro vídeo, um menino se desentende com um colega e cospe nele. A professora, então, empurra o outro aluno e manda ele revidar, mandando o colega cuspir no outro. A criança se irrita, limpa o rosto e começa a chorar.

O caso foi levado até a Delegacia Metropolitana de Caucaia. A Polícia abriu inquérito para investigar o caso e concluiu o seguinte, de acordo com as palavras da mãe: “O delegado falou assim: que o meu filho era danado, buliçoso, que era inquieto, que o colégio era um colégio zeloso. Ele disse que não tinha nada demais. Nas imagens não tinha nada”.

Concluído o inquérito, os vídeos foram compartilhados nas redes sociais.

Em outro caso, a mãe relata que o filho foi impedido de ir ao banheiro: Ele sai e ela vai atrás. E ela não deixa ele ir ao banheiro, ó. Tá vendo? Ele chora porque ele quer fazer xixi. Ele já tá fazendo gestinho de quem tá querendo fazer xixi. Ele vê o cesto de lixo e vai querer fazer xixi no cesto de lixo”, relata.

O dono da escola Sonho Meu, Agademir Caetano, que funciona há 20 anos em Caucaia, afastou as duas funcionárias que aparecem nas imagens agredindo as crianças.

“Até eu mesmo me choquei, como a minha esposa, na cena da cuspida. E não vou dizer que a professora é inocente. Se a professora tiver errada, que ela pague perante a lei o que tem que pagar. E, se o colégio tiver que pagar qualquer coisa, se for constatado que houve omissão e o colégio tiver que pagar alguma coisa, será pago com prazer”, ressaltou o proprietário.

Agademir também contou que foi chantageado pelos pais. Conforme o dono da escola, os pais pediram dinheiro para não divulgar as imagens. O caso foi parar na delegacia de Caucaia. O inquérito já foi concluído e aponta que houve denunciação caluniosa e extorsão por parte dos pais.

Foi então que uma mãe decidiu divulgar os vídeos nas redes sociais. A partir daí, a mãe de outro menino da mesma turma, que aparece sendo chacoalhado pela professora, também prestou queixa na polícia. Uma terceira mãe viu as postagens e relembrou a agressão que o filho sofreu de uma professora seis anos atrás, quando não havia câmeras na escola.

As imagens foram mostradas ao Ministério Público. A promotora Elizabeth Almeida classifica a agressão como absurda. “Um absurdo. Olha, tá vendo. Pra ele cuspir no outro. Você vê como ele se limpa. Eu vi! Ela praticamente… Arremessou o outro, né?”.

A promotora diz ainda que há um “despreparo” por parte dos professores.

Para Acássio Souza, assessor jurídico do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), as imagens caracterizam crime. “As imagens são muito nítidas, são muito fortes em demostrar uma situação flagrantemente caracterizada como constrangimento ilegal em face de uma criança de quatro anos”, sustenta.

“O artigo 232 do ECA, que é a lei que garante e protege os direitos de crianças e adolescentes, estipula que as condutas de submeter da forma como está expressa no vídeo, aquela criança, não só ela, mas outras também, que presenciam que estão no ambiente que é de violência, seja ela física, seja ela simbólica, seja ela moral, seja ela psicológica. Todas essas formas de violência que ali estão. O estatuto é muito contundente em criminalizar essa conduta”, argumenta Souza.

“Se existe uma mudança de comportamento do seu filho, a criança chora pra ir pra escola, não gosta da escola, então chegue junto, verifique, investigue e apure porque isso pode ser irreversível”, recomenda a promotora do Ministério Público do Ceará, Camila Leitão.

Repórter Ceará com informações do G1-CE

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