Com o título “A falta de humanização nos atendimentos hospitalares”, eis o artigo do acadêmico em Psicologia, Almir Severo.
Quem nunca chegou em um hospital ou unidade de saúde para ser atendido(a) e, por algumas vezes, sentiu-se decepcionado(a) por não ter sido acolhido(a) da forma profissional que esperava?
Eis um grande problema muito presente e comum nesse importante órgão de serviço público: a falta de humanização e ética de alguns profissionais da área.
Em um mundo globalizado, permeado pelo conhecimento e de acesso a formações diversas, é chocante ainda se deparar com a má qualidade de um atendimento no setor terciário, ligado a prestação de serviços.
Quem nunca ouviu alguém comentar que, ao chegar em uma unidade de saúde necessitando de um auxílio, o médico ou enfermeiro não teria sequer olhado na face do paciente? Ou que, atendendo, sequer teria mantido um diálogo mais profícuo e preocupado com o estado clínico do paciente?
A evolução na recuperação da saúde precisa estar aliada, também, aos fatores emocionais e psicológicos. Isso tudo começa desde o primeiro contato no momento do atendimento hospitalar. A saúde emocional do paciente conta muito também. Desde o momento em que você é atendido até chegar junto a um enfermeiro ou médico muitos sentimentos são acionados dentro da pessoa. Ela precisa, portanto, está se sentindo acolhida, para, consequentemente, sentir-se segura, pois só o fato do paciente estar em um hospital já não é algo confortável para ele.
A qualidade que buscamos não está ligada somente ao tecnicismo profissional, que por si já quesito fundamental para quem assume um cargo de atendimento ao público. Qualquer profissional de excelência deve tomar posse, além do conhecimento formal que lhe permitiu o exercício da função, procurar manter uma boa relação interpessoal. Afinal, é gente lidando com gente!
Não se busca atendimento hospitalar apenas para realizar cuidados físicos. Busca-se, muitas vezes, o conforto da alma e alivio das chagas espirituais. Em muitos casos, o paciente sente sintomas que estão diretamente ligados ao seu subconsciente. São sintomas emocionalmente intensificados. Pode ser que ele esteja sobrecarregado de conflitos internos e/ou externos; sob forte crise de estresse, ansiedade e (pre)ocupação mental. Os aspectos psicológicos de um paciente costumam responder, também, em sua parte física e vice-versa.
Dessa forma, humanizar o atendimento demonstra o entendimento de que o processo, pelo qual, paciente está passando pode não ser somente físico, mas também, de ordem emocional/psicológica. O paciente deve ser compreendido e priorizado em sua totalidade, ou seja, recebendo os cuidados e atenção em sua parte física e psíquica também.
Infelizmente, a ausência da humanização dentro da área hospitalar é reflexo de uma sociedade um tanto egocêntrica. É preciso que exercitemos o “se colocar no lugar do outro para que sentimos o outro em suas carências e necessidades.” Com a humanização do atendimento podemos ter resultados positivos mais eficazes.
Um bom atendimento, com qualidade, olho no olho, empatia e solidariedade, imprime características que diferenciam, e muito, um profissional e uma equipe de trabalho. Portanto, que possamos notar mais gentileza, prestatividade, amabilidade, dentre outros sentimentos, no momento do atendimento. Mais humanização, por favor!
Almir Severo
Acadêmico de Psicologia