Se existe algo que tem tirado o sono de muitos dirigentes partidários é a nova regra que proíbe a formação de coligações entre os partidos para as eleições proporcionais.
Aprovada na reforma política de 2018, essa nova regra começa a valer já este ano e tem efeito direto sobre as eleições municipais, que tradicionalmente são marcadas por coligações que combinam os mais diversos partidos com o único objetivo de conseguir o maior número de lugares no Parlamento.
E o motivo da dor de cabeça de alguns desses dirigentes é que essa nova regra tem pelo menos três implicações sobre os partidos e sobre o sistema eleitoral como um todo. A primeira dessas implicações é que os candidatos mais inseguros poderão trocar de legenda em favor de uma sigla mais robusta, que aumente suas chances de vitória.
A segunda implicação sobre as eleições é que os partidos terão que selecionar com mais rigor os seus candidatos, lançando somente aqueles que forem mais competitivos e que não venham prejudicar outras candidaturas do mesmo partido. Por outro lado, as siglas que não conseguirem bons nomes serão forçadas a se fundir para tentar cumprir a cláusula de barreira.
A terceira e última consequência dessa nova regra é que ela reduz o efeito dos chamados “puxadores de voto”. Antes, quando um candidato recebia muitos votos outros nomes da coligação eram beneficiados. Mas agora, somente os integrantes do próprio partido é que poderão se beneficiar em tais circunstâncias.
Para o bem ou para o mal, o fim das coligações partidárias alterará e muito a forma como as eleições acontecem, e compreender essa mudança nos ajuda a entender melhor os desdobramentos políticos que estão por vir.
1 Minuto com Sérgio Machado