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A representatividade e o protagonismo da mulher além da política

Brasília - Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver em Brasília, reúne mulheres de todos os estados e regiões do Brasil (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O papel da mulher na política ultrapassa os limites de cargo e toma uma proporção de representatividade em um meio que, historicamente, foi dominado por homens. As eleições deste ano serão caracterizadas, ao que se espera, por mais nomes femininos na disputa de cargos de ponta, no caso, de prefeitas e vices. Tudo isso, vem se alinhando com campanhas e diretrizes voltadas para aumentar o percentual de mulheres no meio público político-partidário brasileiro.

A nível de Brasil, Quixeramobim possui enorme relevância nesse sentido, por ter sido a primeira cidade do País a eleger a primeira mulher prefeita da nação, em 12 de outubro de 1953: Aldamira Guedes Fernandes, com 59% dos votos válidos. Foi a primeira vez, em voto livre, que uma mulher chegou a chefia do Executivo de um município. Anos antes, em 1934, assumia uma cadeira no Congresso Nacional, a educadora, médica, escritora e política Carlota Pereira de Queiroz, sendo a primeira mulher a ser deputada federal no Brasil.

Tais nomes são exemplo de força, garra e coragem de pessoas que lutaram para representar as que não tinham vez, nem voz na política, e ecoar o brado de liberdade do sexo feminino para outras categorias além, fora das esferas do Poder Público. O processo de inclusão, até hoje, sofre rejeição pela forte presença do machismo estrutural e cultural enraizado na sociedade brasileira, que vê no elo feminino o sexo frágil, não capaz de representar ou ter voz de decisão. Contudo, pensamento arcaico como este vem por terra ao ver, por exemplo, a ministra Carmen Lúcia na presidência da Suprema Corte do País e Dilma Roussef no cargo de presidente da nação. O Legislativo, no entanto, até hoje, não teve uma mulher na ocupação da presidência, mas, possui, atualmente, Simone Tebet como chefe da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, uma das principais e mais cobiçadas comissões da Casa.

Não muito longe, no Sertão Central, há o trio de prefeitas: Rozário Ximenes, em Canindé; Sonia Costa, em Madalena; e Aline Vieira, em Boa Viagem, que, recentemente, comentou sobre a importância do feminismo em definir a igualdade entre os gêneros, que está escrita na Constituição e não consolidada na sociedade. Seu testemunho, com certeza, serviu de inspiração para outras mulheres que almejam a carreira política.

Os nomes citados são somente para exemplificar, mas, a vastidão da lista tomaria tempo suficiente para produzir sequências de Minutos como este. Com tudo isso, o que tenho a concluir é que: passou da época em que o Brasil é governado somente por homens, e as mulheres ficam a integrar, apenas, o pano de fundo. Com protagonismo essencial e crucial para o desenvolvimento da sociedade brasileira, a mulher nunca foi o sexo frágil e, quem a considera assim, deve analisar os parâmetros que utiliza para tal definição.

1 Minuto com Sérgio Machado

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