Ah, nada supera o final de ano em Quixeramobim e o som do violão, da zabumba e do triângulo do reisado no Mestre Piauí. Era sagrado, novembro e dezembro, em especial, a correria da meninada na baixada quando o Mestre passava com o Boi.
“Ôh senhora, me dê uma esmola, não tenha pena de dá”, a cantiga da porta na retirada da esmola ao boi pra matança do dia de Reis era sensacional. Corria com medo dos caretas no meio da rua. Era uma felicidade só. Mas, o melhor dia era na casa da Zuila, vizinho a Fatinha, na Cornélio Fernandes. O Mestre dançava a noite inteira com o boi.
Conheci todos os bichos. O jaraguá, a ema, a burra, o bode e o tão esperado boi. Meu sonho era que o Mestre um dia pudesse colocar meu nome na rima da partilha do Boi. Uma vez ele me deu a parte de dentro do boi, meu nome não é muito bom pra rima (rsrs). A Catirina, um show à parte. Sempre uma dança maluca com o careta que fazia todo mundo chorar de tanto sorrir. Hoje escuto as músicas e lembro-me desse tempo bom. A brincadeira era o tom do final do ano.
Hoje a música que marca é: “Adeus, amigos, adeus nosso amor, até paro ano, se nós vivo for. O nosso bloco é sem igual, adeus amigo não há outro igual”.
Que saudade do nosso Mestre!
Foto: Arquivo/SMC
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