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Editorial: Manter a máquina pública em bom funcionamento é ser honesto com a população

As Prefeituras são máquinas administrativas que se diferenciam conforme o município pela quantidade de recursos que recebem e pelo número de despesas que são realizadas. No geral, lidar com este importante mecanismo requer maestria na mente dos gestores e secretários, além dos principais: honestidade e transparência no tratamento público.

Cada gestão necessita de pessoal qualificado para lidar com as mais mínimas questões, como atender a um telefone. Desde um ‘bom dia’ a uma orientação mais complexa, os termos orais e práticos, além da linguagem, fazem a diferença. Nesse sentido, é crucial, para não dizer imprescindível, que haja mais humanidade no trabalho por parte dos profissionais que ocupam os cargos na administração. Afinal, levantar o nariz, no sentido de se sentir superior, até avião faz, a diferença é que uma máquina que voa não precisa ter empatia ou aprender a lidar com o público, enquanto o funcionário que se encontra com os pés no chão precisa colocar tais ações em prática.

Em questões administrativas, o óbvio é o que deve ser seguido. A exemplo: se a Prefeitura recebe um valor X, gastar duas vezes mais que o recebido pode deixar a gestão em maus lençóis, desequilibrar as contas locais e causar um efeito cascata de prejuízos às diversas áreas e setores municipais, como atrasos na folha de pagamento de funcionários e até débitos com o Instituto de Previdência.

Ainda levando em consideração a parte administrativa, é preciso lembrar das contratações e a quantidade de cargos criados. Para isso, é preciso recordar que, durante o período de campanha, inúmeros são os apoios aos candidatos, que vêm em troca de algum favor. No caso, se o apoiado sair vencedor do pleito, o mais esperado é que lote seus apoiadores e os familiares destes em cargos na Prefeitura. E é neste ponto que a administração peca.

Criar inúmeras coordenações e cargos, como subsecretários em pequenos municípios, para colocar seus apoiadores dentro da administração ergue a indagação do preparo do pessoal que está sendo lotado, a fim de ocupar cargos somente para receber gordos salários. Além disso, leva em consideração a honestidade do gestor e a transparência com o público. Afinal, inflar a folha de pagamento com pessoas que podem não chegar a ser qualificadas implica em deixar de realizar concursos públicos e processos seletivos, abdicando de formar um corpo técnico dentro das pastas da Prefeitura. Isso não é uma generalização, mas explora bastante a realidade.

É preciso ter zelo pela gestão pública, assim como o prefeito e seus subordinados têm zelo por suas residências próprias. No caso, cuidar bem da Prefeitura significa tratar de forma honrosa a população do município, e caminhar lado a lado com o povo. Não é que seja considerado fácil lidar com uma administração, qualquer que seja. Mas, diante de um cenário de crise, um gestor deve se valer do bom caráter e agir pelo que foi eleito para fazer: governar.

Este não é um itinerário de boas práticas administrativas, nem um guia de boa gestão. Esta é apenas uma simples análise baseada em experiências reais.

Editorial do Repórter Ceará

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