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Editorial: A taxa de iluminação pública de Quixeramobim que não garante a troca de lâmpada de um poste

A taxa de iluminação pública em Quixeramobim divide opiniões. Há quem seja totalmente a favor, quem não concorde e aqueles que apoiam, mas acham o valor exorbitante. Se for considerada a necessidade de manutenção na rede elétrica por parte do município, os recursos oriundos dessa taxa tendem a aliviar o peso do gasto e permitir que a administração faça o melhor para resolver o problema. Isso, no caso, em tese, mas a realidade é outra.

É impressionante o tempo para que uma lâmpada queimada de um poste seja trocada por um nova, tanto na zona rural como na sede urbana. E isso não se restringe somente a uma única gestão, já que o problema se arrasta há tempo suficiente a ponto dos munícipes chegarem a dizer: “Já faz tanto tempo que essa ‘luz’ tá com defeito, que duvido que venham ajeitar”. Isso implica em uma total falta de zelo com o amparo ao público e atendimento ao cidadão, que vê parte da rua escura, seja em frente a sua residência ou não, o que, consequentemente, pode acarretar atos criminosos no trecho que não está mais iluminado, gerando uma sensação de insegurança.

Todos os meses, os moradores do Coração do Ceará pagam a devida taxa de iluminação pública. O valor, porém, não é estipulado pela distribuidora, no caso, a Enel, mas pela própria Câmara Municipal. Nesse quesito, não há como culpar o setor privado pela gestão dos reais que saem do bolso do cidadão junto com o pagamento da conta de energia. O Poder Público é o responsável por cuidar do dinheiro extra da iluminação que entra no caixa municipal, e se ele não é bem aplicado, a culpa é de quem cuida.

Além das lâmpadas queimadas, ainda há o tipo, como as de LED, que economizam ainda mais energia elétrica e possuem maior eficácia de iluminação. E, não menos importante que isso, a fiação. O temor é que, daqui a um tempo, haja mais fios entre os postes na cidade, entrelaçados como um casal de apaixonados, do que espaço para um pássaro pousar nas linhas de distribuição. O cenário se assemelha a quando a energia elétrica estava sendo desenvolvida por Nikola Tesla e Thomas Edison: um amontoado de fios, que mal permitiam a visibilidade do céu.

Para organizar isso, a Prefeitura deveria e poderia utilizar o dinheiro da taxa de iluminação e, através de um planejamento da Infraestrutura junto à Enel, resolver tamanha cama de gato, selecionando a fiação por distribuidora de energia, telefonia, internet e etc, a fim de reduzir o volume e, quem sabe, em uma medida mais radical, utilizar os exemplos das Smart Cities (cidades inteligentes), que têm toda a fiação no subsolo. Não é pecado sonhar!

É lamentável, para não dizer vergonhoso, que Quixeramobim, um dos maiores municípios do Sertão Central, deixe de zelar pela iluminação pública, mesmo com a quantia significativa recebida mensalmente dos munícipes. Em comparação, a taxa de serviço do SAAE ainda consegue ser aplicada de forma mais eficiente para resolver os problemas das tubulações da cidade. Para o lamento de quem está no Poder, o nome que está na boca de quem critica toda essa situação é o do gestor, enquanto a população segue ocupando seu lugar de vítima, que é o único que lhe cabe nessa relação.

Quixeramobim deveria, hoje, se vangloriar por ter uma cidade modelo em arquitetura, com um Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano eficiente. No entanto, o que se vê é um crescimento desordenado, no solo e nos postes. Enquanto nada disso é organizado, esperamos que o dinheiro da taxa de iluminação, assim como todo o montante da administração, seja utilizado para fins responsáveis, de forma sábia, atendendo a zona rural e urbana. No momento, o compromisso não reina na cidade. Por isso, resta desejar que as luzes dos postes que não estão queimadas iluminem os caminhos dos cidadãos de Quixeramobim, enquanto ainda há lâmpadas para isso.

Foto: Lucas Albuquerque/SMC

Editorial do Repórter Ceará

1 comentário.

  1. Não Só na cidade como no interior. Em São Miguel tem várias lâmpadas sem funcionar. No poste da minha casa, nós mesmo já gastamos mais de 100,00. E nada resolvido. É bom q haja uma solução, já que pagamos iluminação pública.

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