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Editorial: Em Quixeramobim, calçamento e rede de esgoto estão intimamente ligados à dor de cabeça da população

O sistema de saneamento básico de Quixeramobim ainda não está completo, nos sentidos de abrangência e operação. Há a oferta de água através da rede de canos que liga toda a cidade a Central de Abastecimento. Por sua vez, a rede de esgoto começou a funcionar há pouco tempo, mas não em sua totalidade e sem atender toda a população urbana quixeramobinense. Nesse meio, ainda há um outro problema: o ‘quebra-quebra’ de ruas feito na década passada, e que, mesmo depois de tanto tempo, ainda causa dor de cabeça nos munícipes.

Seria totalmente equivocado dizer que tais problemas não são ligados a investimentos, quando todos são. A situação das vias evidencia como o poder público olha para as ruas da cidade e não busca melhorar a qualidade delas, principalmente as com calçamento, as mais afetadas pelo projeto Sanear. Desde então, o cotidiano dos quixeramobinenses é de reclamar e reivindicar e, quando cansam, aceitar que a mudança não chegará tão cedo, já que não têm suas preces ouvidas.

Não há depreciação quanto a importância de um projeto de tamanha magnitude, mas é preciso reconhecer que o serviço de reconstrução das ruas após a instalação dos canos foi horrível, no mais simples termo a ser usado. Com uma compactação totalmente chocha, as ruas, esburacadas, fazem ondas, alguns paralelepípedos ainda estão soltos e os veículos sofrem com a falta de uma administração eficaz, que seja capaz de resolver os problemas do seu povo e não somente de fazer reparações pontuais, totalmente inconsistentes.

Já o esgotamento sanitário é um assunto ligado ao tratamento dos efluentes, que custa caro. Nada tão complexo, mas que não chega a ser simples. Em tese, toda a encanação montada pelo projeto Sanear liga a rede de esgoto de todas as residências da cidade à lagoa de estabilização, onde será feito o tratamento dos efluentes, dotados de matéria orgânica, que passarão por processos químicos e biológicos. Isso, claro, custará no bolso de quem executará e chegará aos quixeramobinenses como uma taxa anexa à conta de água. Mas, ressalte-se: gasto necessário.

Com o início da operação das estações elevatórias, que levarão os efluentes das residências até a lagoa, a taxa deverá ser cobrada em breve. Porém, há os cidadãos esquecidos. Em reportagens da SerTão TV, por exemplo, há bairros de Quixeramobim que ainda não possuem uma rede de esgoto instalada. Assim, os efluentes ‘correm’ em frente às residências ou são despejados em açudes, como o localizado no Bairro Pompeia, poluindo a água e o solo e causando um odor totalmente desagradável para os moradores.

Toda cidade precisa disso, de Estações de Tratamento de Efluentes. É essencial. E Quixeramobim começou o processo, mas ainda não terminou.

Concentrando todas as informações, cabe dizer que a Prefeitura foi extremamente descuidada ao receber as etapas concluídas do Sanear sem levar em conta a situação das ruas, o que demonstra a fragilidade de determinadas iniciativas públicas, que, sem efetividade, capengam à luz da falta de responsabilidade com o dinheiro dos quixeramobinenses.

O desenvolvimento de Quixeramobim foi e é uma pauta levada para o palanque em todas as eleições. No entanto, não passa de fins de politicagem barata. Não adianta esbravejar que se quer o crescimento da cidade, quando o ‘faz de conta’ toma posse: faz de conta que a rua está boa, que não há esgoto a céu aberto e que todo mundo está feliz. É triste, mas enquanto problemas como os citados não forem resolvidos em sua totalidade, a única evidência que permanecerá em qualquer administração é a falta de zelo com o dinheiro público, a irresponsabilidade do corpo administrativo e o escasso respeito com o povo.

Editorial do Repórter Ceará

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