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Editorial: Quixeramobim prioriza transporte pra ovacionar prefeito, mas falta até calendário de retorno às aulas

Ao defender a educação, é preciso fazer com que ela funcione. Não basta expor palavras bonitas em evento público, mas, sim, executar ações cotidianas, mostrando que a valorização dessa área está fora de qualquer campo político-ideológico ou de promoção de imagem. No entanto, em Quixeramobim, isso não se aplica.

Enquanto o Ceará retornou com suas aulas presenciais na rede estadual, o município não tem nem a previsão de quando vai começar esse processo. Obviamente, é necessário ter a adequação das escolas da rede municipal para receber os estudantes, mas a Secretaria de Educação continua inerte e sem comunicados acerca de qualquer prazo. Aliás, a falta de transporte para os alunos da rede estadual é outro ponto.

Tem ônibus para levar e trazer estudantes de eventos, mas não há a mínima organização para disponibilizar os veículos para o transporte desses mesmos alunos. Ou seja, basta utilizar a imagem de discentes fardados em inaugurações para promover a imagem da Prefeitura, como uma gestão que age em prol do melhor para o aluno, enquanto, na verdade, eles não possuem a garantia de mobilidade até a unidade de ensino.

Para falar das ‘belezas’ da educação, também se recorda a falta de assistência aos estudantes, com a não distribuição de cestas básicas, de forma contínua, uma ação extremamente cobrada no momento de fragilidade econômica e insegurança alimentar, já que há famílias, em uma das mais tristes realidades brasileiras, onde o único alimento garantido é a merenda escolar.

Talvez a gestão tenha perdido a ponta da linha para passar pelo buraco da agulha, porque, até o momento, não acertou um ponto em suas atividades. Tenta maquiar a inoperância de suas secretarias com outras ações e com fotografias em redes sociais, que não retratam a realidade e são apenas uma cortina de fumaça para os desmandos que ocorrem nesta cidade, como a atitude de protelar a realização de seleção, que agora sofre intervenções judiciais, durante todo o ano de 2021, aumentando o número de desempregados na cidade.

A pandemia, em suma, afetou a dinâmica educacional desde a sua base, mudando a forma de ensino de professores e como os alunos aprendem fora de sala de aula. Isso causou perda significativa no processo de ensino-aprendizagem e, quanto melhor for o plano de retorno e mais bem robusta estiver a Secretaria de Educação, melhor para a rede de ensino local. Essa deveria ser a maior preocupação da área, não juntar os alunos em um ambiente para ovacionar o prefeito, com ônibus e mais ônibus que sequer são disponibilizados diariamente para o transporte dos estudantes.

Não há como medir como ficarão os índices educacionais do município, nem é preciso apostar se ficarão bons ou ruins. Mas, enquanto a preocupação for colocar o gestor municipal no lugar mais alto do pódio imaginário, como uma figura isenta de erros e perfeita aos olhos de seus apoiadores, os alunos continuarão a sofrer com o ausente plano educacional, que, se existe, se esconde dentro de qualquer baú jogado no almoxarifado da Prefeitura ou é aplicado em uma realidade paralela.

Foto: Ascom

Editorial do Repórter Ceará

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