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Editorial – Questão de ordem: a Câmara de Quixeramobim fez um bom trabalho em 2021?

Uma Câmara de Vereadores deve prezar pela fiscalização, pela responsabilidade e pela independência de poder; deve ser fiel ao povo e agir com sabedoria em relação a assuntos delicados; deve ser espaço de debate e opiniões diversas, e deve ser o local onde ecoem os anseios da população e não os desejos pessoais dos parlamentares. Estas são algumas pontuações acerca do trabalho que deve ser realizado pelos vereadores, em uma privação completa dos conchavos e acordos politiqueiros e mais racionalidade daqueles que se denominam como os representantes do povo. Mas será que em Quixeramobim isso funciona?

Com 17 edis, o plenário da Câmara local cresceu em número, trouxe “novos velhos” rostos de volta ao palco Legislativo e continuou a ser, infelizmente, o ‘puxadinho’ da Prefeitura, o que foi evidenciado ao longo dos meses de 2021, começando pelo presidente da Casa, François Saldanha, que já conhece a maciez da cadeira da Presidência de outras épocas e sabe que a posição ocupada representa a confiança do prefeito Cirilo Pimenta e do vice Edmilson Júnior, pelo menos até o final do biênio de seu mandato como presidente da Casa, em 2022.

Nesse cenário, já é possível considerar que os ânimos afloraram em alguns momentos, com embates entre oposição e situação sobre diversos temas, mas que, na realidade, não surtiram o efeito desejado, ou seja, não resolveram os problemas apresentados pela população quixeramobinense, como a falta de remédios, com relatos há vários meses. Obviamente que a Câmara não comprará os medicamentos para abastecer a CAF, mas como parte fiscalizadora deveria cobrar da Saúde tal mobilização e alertar para que não ocorra novamente.

No varal das pendências da Câmara também está o urbanismo da cidade, como a cobrança pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) atualizado; o alerta pela prudência da administração no momento em que for realizar certame público, a fim de evitar medidas jurídicas que barrem o processo e mantenham mais cargos de ‘favor’ do que contratações por seleção ou concurso; a observância em relação às palavras utilizadas pelos parlamentares, onde se chegou a comparar, uma vez, Quixeramobim com Afeganistão, em uma tentativa torpe de ironizar que a cidade não possuía famílias necessitadas de alimentos; e a fiscalização das atividades do Executivo – de obras a processos licitatórios -, que é feita pela oposição, mas que deve ser averiguada pela situação.

Em um ano de atividades ordinárias, que se encerraram nessa quarta, 15 de dezembro, o Legislativo quixeramobinense se mostrou extremamente leal ao prefeito na figura de seus apoiadores, que em alguns momentos tentaram defender a gestão, mas acabaram por diminuir o trabalho da oposição, como o ato de reconhecer que o planejamento para recuperar estradas “desmoronou”, dando espaço mais que suficiente para opositores fazerem contraponto e questionarem a Secretaria de Infraestrutura por aditivar um contrato milionário e mesmo assim não entregar o serviço.

Assim, a Câmara segue com mais requerimentos e subscrições do que trabalho efetivo. Inclusive, é preciso ponderar que mandato apagado não leva a reeleição, caso haja essa pretensão. Portanto, só receber R$ 8 mil/mês sem se pronunciar constantemente ou mostrar trabalho não fará as teclas da urna serem apertadas em 2024. Para se denominar ‘vereador (a)’ é preciso sê-lo (a).

No próximo ano, espera-se que o Poder Legislativo procure sua independência, onde a perdeu ou onde está guardada, e seja mais altivo em tentar resolver os problemas dos munícipes, com menos afagos político-partidários e mais ações políticas.

Questão de ordem: Enquanto as atividades não retornam, reflitam durante suas férias: Quem vossas excelências representam? O povo está satisfeito com os trabalhos desenvolvidos durante o mandato?

Até 2022.

Editorial do Repórter Ceará

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