O PDT oficializou na tarde dessa sexta-feira, 21, a pré-candidatura de Ciro Gomes, em Brasília. O lançamento do nome do ex-governador do Ceará acontece em meio a desconfianças de membros do partido sobre o peso da candidatura própria e acenos para uma aliança com partidos de esquerda.
Em discurso, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, ligou a imagem do Ciro a de um rebelde, que segundo ele, irá resgatar a esperança do Brasil.
“Ciro traz a esperança de que as coisas podem ser diferentes, de que vamos sair dessa que é a maior crise social, política, econômica e moral dos últimos tempos”, disse Lupi.
Em seu discurso de lançamento, Ciro Gomes direcionou a maior parte de suas críticas à gestão dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff. Na visão do candidato do PDT, faltou interesse das gestões do PT em avançar com as pautas econômicas da esquerda. Ciro considera que estas falhas dos presidentes foram as responsáveis pela vitória eleitoral de Jair Bolsonaro em 2018.
Ciro Gomes afirmou que os índices de desenvolvimento brasileiros deixaram de crescer do período de 1980 a 2010 (ano em que acabou o mandato de Lula), e apresentaram desempenho negativo de 2010 a 2020. Ele considera que isso foi resultado da falta de políticas de crescimento econômico e da prioridade constante em todos os governos para adotar projetos de interesse estritamente político.
“Até o termo ‘de esquerda’ foi corrompido no nosso país. Nos empurraram para o quintal do mundo, e nós aceitamos”, exclamou.
Na sua avaliação, os presidentes do PT não diferem de Bolsonaro em suas agendas econômicas, criticadas por não estabelecer políticas de tributação de grandes fortunas ou programas de enfrentamento direto à desigualdade social. “Seria exagero dizer que os presidentes, apesar de diferentes em muitas coisas, foram iguaizinhos na economia?”, questionou em seu discurso.
O pedetista também afirmou que a forma de governar do PT pouco difere da adotada por Bolsonaro, que teria dado continuidade aos métodos de seus antecessores. “Seria mentira afirmar que eles impuseram um tipo de governança que tem o conchavo e a corrupção como eixos?”, explicou. Ciro também considera que os rivais não diferem ao propor a busca por um “salvador da pátria” no lugar da discussão sobre ideias.
O atual presidente, no discurso de Ciro Gomes, é visto não como um sucessor mas como o resultado de uma série de erros que “só poderia resultar nessa aberração chamada Bolsonaro”. O candidato considera que é necessário que partidos de esquerda revejam suas estratégias e propostas de desenvolvimento para enfrentar o bolsonarismo de forma efetiva.
Repórter Ceará – Congresso em Foco