O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, citou nesta quinta-feira, 12, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) como um nome da chamada terceira via que ele aceitaria ter como vice em sua chapa nas eleições de outubro. A declaração foi feita em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, da rádio Bandeirantes.
“Eu tenho uma pessoa dessas aí que eu respeito muito. Ela é diferente. Não é uma viúva do bolsonarismo como o Doria. Ela é uma pessoa que acho que terá um papel importante, que é a Simone Tebet. Mas ela, neste momento, está sendo traída pelo próprio partido”, afirmou.
O pedetista afirmou, porém, que só irá escolher um nome como vice em julho, quando ocorrem as convenções partidárias.
Segundo Ciro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta atrair para si o apoio do MDB, o que inviabilizaria a candidatura de Tebet. “Ele [Lula] já está acertado com Eunício Oliveira, com Renan Calheiros”, disse.
Em abril, Lula participou de um jantar com lideranças do MDB em Brasília, embora o partido participasse de conversas com o PSDB, o Cidadania e o União Brasil para lançar uma candidatura única à Presidência. O União Brasil já se retirou das conversas.
Naquele mês, em referência a Tebet, o ex-senador Eunício Oliveira afirmou que o MDB não quer outra candidatura como a do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que concorreu pelo partido em 2018 e recebeu apenas 1,2% dos votos para presidente.
Ainda em abril, Tebet disse que a maioria do partido não pode ser representada por “três ou quatro senadores” que manifestaram apoio à Lula e que, se a ala “mais forte” da legenda pudesse optar, dividiria o palanque com o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).
“Hoje, o MDB é muito mais forte no Sul e no Sudeste e, se pudesse fazer uma opção, não optaria por estar no palanque do PT e sim do atual presidente”, afirmou em sabatina realizada pelo portal UOL em parceria com o jornal Folha de S.Paulo, em 18 de abril. A assessoria da pré-candidata confirmou à CNN que ela se referia a Bolsonaro em sua fala.
Tebet defende que o MDB não apoie nem Lula nem Bolsonaro. “O MDB hoje não tem condições de escolher um lado. O MDB, se não tiver candidatura própria, vai entrar numa fragmentação. Nós não temos consenso e não conseguimos ir para um lado ou para o outro. A maioria absoluta do partido entende que os dois lados não servem para o Brasil”, afirmou.
Ela também vem afirmando que não irá aceitar compor uma chapa como vice. “Se, porventura, não for o meu nome o escolhido dentro desse grupo [da terceira via], eu não serei candidata à vice-Presidência da República”, disse em março.
Na quarta-feira, 11, os presidentes do MDB, PSDB e Cidadania se reuniram para definir os critérios de escolha de uma candidatura única para a sucessão ao Palácio do Planalto. Houve um consenso de que o nome do centro será baseado no resultado de pesquisas qualitativas e quantitativas.
Repórter Ceará – CNN Brasil (Foto: Ana Paula Paiva)