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Nova campanha da ONU foca em representação política dos jovens

Na quarta-feira, 11, a enviada especial do secretário-geral da ONU para a juventude, Jayathma Wickramanayake, em parceria com a The Body Shop International, anunciou a campanha “Seja visto, seja ouvido”. A informação é da assessoria do Organização.

A iniciativa tem como objetivo criar mudanças estruturais nos processos de tomada de decisões políticas, para que os jovens sejam melhores representados e suas demandas atendidas.

Junto com o lançamento da campanha foi divulgado um relatório detalhando o que pensam jovens de 26 países sobre a política. Oito em cada 10 acreditam que os sistemas políticos precisam de reformas drásticas para se adequarem ao futuro.

Três em cada quatro pessoas com menos de 30 anos sentem que os políticos e os líderes empresariais “estragaram as coisas” para as pessoas e para o planeta. Oito em cada 10 acreditam que os sistemas políticos precisam de reformas drásticas para se adequarem ao futuro. São essas algumas das conclusões a que chega um novo relatório especializado em participação dos jovens na política (disponível em inglês).

O material foi publicado na última terça-feira, 10, junto com o lançamento global da campanha “Seja visto, seja ouvido”, uma iniciativa da enviada especial do secretário-geral da ONU para a juventude, Jayathma Wickramanayake, em parceria com a rede The Body Shop International. A campanha chama atenção para o enorme abismo geracional nos espaços de tomada de decisão: quase metade da população mundial tem menos de 30 anos, no entanto, eles representam apenas 2,6% dos parlamentares em todo o mundo. A idade média dos líderes mundiais é de 62 anos.

“A participação é um direito e a falta de representação juvenil onde as decisões são tomadas contribui para uma crescente desconfiança em relação às instituições políticas e um sentimento de alienação dos líderes eleitos, causado por políticas que não refletem as prioridades da juventude, espelham suas preocupações ou falam sua língua. Esta campanha é uma oportunidade para mudar isso”, comentou a enviada especial durante o lançamento.

Com previsão para seguir até 2025, a campanha deve gerar ativações nas mais de 2,6 mil lojas The Body Shop,  presentes em 75 países, envolvendo não só os jovens como também organizações não governamentais (ONGs) específicas focadas neste tema. “Os problemas do mundo não podem ser resolvidos pelas mesmas pessoas fazendo as mesmas escolhas. Usaremos nosso alcance global para galvanizar a conscientização e o apoio, como fizemos no passado. Desde que Anita Roddick fundou a The Body Shop em 1976, fazemos campanhas sobre questões de justiça social e ambiental, porque acreditamos que as empresas globais têm responsabilidade com as comunidades nas quais operam”, comentou o CEO da marca, David Boynton.

Pesquisa

Para desenvolver a campanha e criar o relatório que mapeou as principais barreiras estruturais que impedem os jovens de participar da vida pública, foram entrevistados 27.043 pessoas em 26 países. Metade delas tinha menos de 30 anos. Os resultados mostraram que dois terços concordam que os sistemas políticos seriam melhores se houvesse mais oportunidades para os jovens terem voz no desenvolvimento e mudança de políticas.

Além disso, duas em cada três pessoas também discordam do atual desequilíbrio de idades na política e 8 em cada 10 defendem que a idade ideal para votar pela primeira vez deve ser de 16 a 18 anos – embora a maioria dos países a restrinja a 18 anos ou mais.

De acordo com a enviada especial para a juventude, a participação dos jovens na tomada de decisões públicas poderia ser incentivada a longo prazo com medidas como: redução da idade eleitoral; aumento na representação formal desta população através da instituição de conselhos, parlamentos ou comitês de jovens; remoção de obstáculos para que os jovens participem da tomada de decisões públicas; simplificação do recenseamento eleitoral para os que vão votar pela primeira vez; e melhorias nas habilidades de liderança desta faixa etária.

Repórter Ceará (Foto: Arquivo/Agência Brasil)

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