Nesta quarta-feira (1/6) ocorreu a votação do Prêmio Mulheres na Ciência Amélia Império Hamburger, a ser concedido pela Câmara dos Deputados, e coordenado pela 2ª Secretaria, a três cientistas que se destacam por suas contribuições para a pesquisa científica nas áreas de ciências exatas, ciências naturais e ciências humanas. A premiação é o reconhecimento da excelência da participação feminina na solução dos grandes desafios da humanidade e um estímulo à capacitação de mais mulheres cientistas.
O prêmio foi uma iniciativa da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) e homenageia Amélia Império Hamburger, célebre cientista brasileira que se destacou por suas importantes contribuições para a ciência no Brasil. A solenidade de premiação está agendada para o dia 6 de julho, em horário e local a ser confirmado.

Foram escolhidas pelo conselho do Prêmio as cientistas: Jaqueline Goes de Jesus, da Bahia, indicadas pelas deputadas Alice Portugal e Lídice da Mata (PSB-BA) e também pelo deputado Jorge Solla (PT-BA); Natalia Pasternak Taschner, de São Paulo, indicada pela deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) e Erika Parlato de Oliveira, de Minas Gerais, indicada pelo deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG).
Jaqueline Goes de Jesus é biomédica, natural de Salvador (BA), e foi uma das pesquisadoras responsáveis por sequenciar o DNA da Covid-19 dos primeiros casos da doença na América Latina. A descoberta foi essencial para descobrir o processo de mutação do vírus e para o aprimoramento no combate da doença. O trabalho da cientista também ganhou destaque pelo tempo recorde no sequenciamento do código genético da Covid-19: em apenas 48 horas, tempo bem menor do que a média padrão mundial, que era de 15 dias.
Natalia Pasternak Taschner, de São Paulo, é bióloga e divulgadora científica. Sua atuação ganhou mais visibilidade nos meios de comunicação quando passou a ser requisitada como fonte de informação científica em função da pandemia de Covid-19. Fundou e foi a primeira presidente do Instituto Questão de Ciência (IQC) e primeira brasileira a integrar o Comitê para a Investigação Cética. Foi diretora da versão brasileira do Festival de Ciências Pint of Science, fundadora da iniciativa Cientistas Explicam e fundadora do blog de divulgação científica Café na Bancada.
Erika Parlato de Oliveira, de Minas Gerais, é psicanalista, com doutorado em Ciências Cognitivas e em Comunicação e Semiótica pela PUC São Paulo; mestrado em Lingüística pela Unicamp; e graduada em Fonoaudiologia pela Universidade Federal de São Paulo. Atualmente, é professora na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), orienta mestrado e doutorado no Programa de Pós Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente da Faculdade de Medicina da UFMG e doutorado no Programa “Recherche en Médecine et Psychanalyse” da Université Paris Diderot (Paris VII). É membro da comissão científica da Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia e da Revista Estilos da Clinica. Coordena a coleção de livros sobre bebês “Começos e tropeços na linguagem” da Editora Instituto Langage e é editora responsável da revista Linguagem. Avaliadora de projetos de pesquisa da Universidad de Las Américas .Ecuador.
Segundo Alice Portugal, autora do projeto que deu origem ao Prêmio, as mulheres cientistas estão liderando pesquisas inovadoras em todo o Brasil e, “o momento da pandemia do novo coronavírus, foram as mulheres pesquisadoras que se destacaram no exercício de funções e realizaram feitos multidisciplinares”. Apesar de suas descobertas notáveis, as mulheres ainda representam apenas 10% dos pesquisadores em Ciências Exatas, segundo pesquisa realizada entre 2013 e 2014 pelo Instituto de Psicologia (IP), da Universidade de São Paulo (USP), entre os membros da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Repórter Ceará – Agência Câmara