Home Saúde Varíola dos macacos não terá a mesma escala da Covid-19, afirma especialista

Varíola dos macacos não terá a mesma escala da Covid-19, afirma especialista

A virologista do Laboratório de Biologia Molecular de Vírus da UFRJ, Clarissa Damaso, afirmou que a varíola dos macacos não será um problema com a mesma escala da Covid-19, pois não é tão transmissível como o coronavírus. A declaração foi dada em entrevista à CNN, nessa quarta-feira, 1º.

Damaso é especialista em poxvírus – uma família de patógenos grandes e complexos, com genoma DNA, e cujo membro mais notório é o vírus da varíola.

De acordo com a especialista, não é necessário alarde, uma vez que o país tem como oferecer suporte à população. “Não acredito que vá escalar, como a gente teve para a Covid. O padrão de infecção é bem diferente. Então eu gostaria de dizer à população para não ter pânico porque nós temos armas para lidar com esse vírus”, diz.

Em relação à vacina contra a varíola, a virologista afirma que não há uma produção industrial para o imunizante, pois nenhum dos produtos existentes é disponibilizado comercialmente desde a erradicação da varíola. De acordo com Damaso, cada país tem uma atitude com relação ao imunizante e não é necessário oferecê-lo à população em geral.

Segundo a pesquisadora, que integra o Comitê Assessor para Pesquisa da Varíola da Organização Mundial da Saúde (OMS), o objetivo da fabricação destes imunizantes existentes até o momento é por conta do risco da do uso do vírus da varíola como arma biológica.

“É uma vacina dada para pesquisadores que trabalham com poxvírus, e para militares que vão para zonas de conflito, com medo de uma possível guerra biológica. Então, não é uma vacina de uso generalizado. É claro que em uma situação como essa, as empresas vão ter que escalar a produção. Porque agora os países querem comprar para proteger seus profissionais da saúde”, diz Damaso.

“O poxvírus não é um vírus complicado. Se o Brasil vai produzir ou não, não sei. Tem que ser em acordo com essas empresas, porque, obviamente, existe uma patente envolvida. Eu acho mais simples comprar, porque não vai ter necessidade de vacinar a população como um todo. Não vai ser como a Covid”, afirma.

“Então, o número de doses é bem mais baixo. A recomendação que se tem é de vacinar profissionais de laboratórios de diagnóstico, laboratórios de pesquisa, clínicas, pessoas da saúde que vão atender no pronto atendimento os casos de emergência e contatos de casos confirmados. Então, vai ser bem restrito”, completa.

Repórter Ceará

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