No ano de 1972, em Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) ocorrida na Suécia, na cidade de Estocolmo, foi instituído o Dia Mundial do Meio Ambiente, motivado pela preocupação com as graves consequências das agressões à natureza que colocam em risco a qualidade de vida em todo o Planeta e a sobrevivência de muitas espécies. Foi escolhida a data de 05 de junho, e neste domingo, 05 de junho de 2022, lideranças de todos países membros se reunirão em Estocolmo/Suécia. No decorrer desses 50 anos, muitas campanhas foram realizadas, algumas medidas preventivas adotadas, mas os riscos do colapso ambiental persistem. Recursos não renováveis se esgotam; a atmosfera se “contamina” pela poluição e lixões invadem áreas de moradias. A cidade onde moramos é a nossa casa ampliada. Assim sendo, deve ser cuidada como nosso lar – não se deve sujar as vias públicas; é preciso respeitar os limites de sons; plantar e cuidar de árvores e flores; acondicionar o lixo adequadamente etc.
Talvez por terem sido criados à imagem e semelhança de “Deus”, os humanos venham se considerando “deuses” e interferem nos ciclos naturais que envolvem todos componentes do Universo. Ouvi um estudioso falar: “na natureza não existem recompensas nem castigos, mas há consequências”, e estas se espalham por toda parte, inclusive na pauta dos noticiosos. O jornalismo “míope” aborda as ocorrências sem analisar as causas e como poderiam ter sido evitadas. Míopes também são os gestores públicos que nada fazem para controlar a especulação imobiliária e evitar que surjam construções em áreas de risco.
A natureza fala. É preciso entender suas reações. As chuvas são ocorrências naturais, previstas e necessárias, em especial no Nordeste brasileiro. As vidas perdidas e moradias desmoronadas são consequências do assoreamento dos leitos de rios e lagoas, além do desmatamento das encostas, pois a vegetação é o principal elemento de fixação e proteção do solo.
As águas das chuvas procuram seu caminho natural. Este caminho, se estivesse livre, permitiria o correr do fluxo hídrico e até favorecia a paisagem e o clima. Ainda em relação aos recursos hídricos, foram cruciais os anos do longo período de estiagem que o Sertão Nordestino viveu recentemente. Mas sempre os espertos se beneficiam das crises. O intenso comércio de águas, apoiado na desordenada perfuração de poços profundos, reduziu drasticamente as reservas do lençol freático, de modo que nas planícies sertanejas ainda é sentido o déficit. Apesar da pluviometria ocorrida este ano, ainda é mínimo o acúmulo da água nos reservatórios.
Que neste 05 de Junho se reafirmem os compromissos de zelar pelo nosso Planeta e todas as espécies que nele habitam. Que as medidas de precauções sejam mais eficazes e que nosso “habitat” seja cada vez mais prazeroso.
Foto: Fábio Nascimento/Agência O GLOBO
Terezinha Oliveira