Home Cultura Dona Genezia Rezadeira concorre ao título de “Mestra da Cultura”

Dona Genezia Rezadeira concorre ao título de “Mestra da Cultura”

Uma ação de um grupo independente de pessoas procura fazer com que Maria Genezia da Silva Lima, a Dona Genezia, seja reconhecida no XII Edital “Tesouros Vivos da Cultura” do Estado do Ceará de 2022, com o objetivo de torná-la Mestra da Cultura.

Dona Genezia nasceu no município de Choró, no Sertão Central. É filha de José Sabóia Neves e de Maria Elisa da Silva. Com 84 anos, é conhecida como Dona Genezia Rezadeira, já que executa o ato de benzer desde os 16 anos de idade.

Após seu casamento, passou a residir em Quixadá, onde mora atualmente. Na cidade, continua exercendo a prática da reza, configurando assim, uma disposição para auxiliar as pessoas que a procuram. Segundo relatos da Rezadeira, sua mãe Maria Elisa tinha o dom de curar e essa ancestralidade tem muita importância na sua vida.

O grupo de pessoas, compreendido por pesquisadores, professores, empresários e produtores culturais, entenderam que era uma questão mais que justa Dona Genezia ser reconhecida pelo Estado como detentora de um saber que somente com a experiência e dedicação de toda uma trajetória de vida pode se consolidar. Sua trajetória é marcada por serviços prestados a sua comunidade, que reconhece na prática sua maestria em cuidar e se dedicar às pessoas com um notório e específico saber partilhado e transmitido ao longo de gerações.

A história de Dona Genezia

Dona Genezia conta que, aos 14 anos, quando ainda residia em Choró, ouvia algumas vozes e tinha sonhos que a assombravam. Quando contava para a mãe, ela respondia que aquilo não representava medo. Em um determinado momento, que ela inclusive veio a ficar muito doente, a mãe da menina, depois de procurar por ajuda médica, fez uma reza em Genezia, que adormeceu em seguida. Quando acordou, perguntada pela mãe como se sentia, respondeu que era como se fosse tudo novo. Pouco tempo depois desse dia começou com os trabalhos de reza.

Atualmente, Genezia recebe as pessoas a qualquer hora em sua residência, no Bairro São João, ao lado do Sítio da Índia de seu Tio Alberto Porfírio, poeta e escultor. Há dias que atende cerca de 40 pessoas vindas das mais distantes e distintas localidades. Quando a pessoa não tem condições de ir pessoalmente, envia uma fotografia para Genezia através de um familiar ou amigo e assim ela reza com a mesma desenvoltura como se a pessoa estivesse pessoalmente. Em outras ocasiões, muitas pessoas telefonam e são atendidas diante dos problemas narrados.

Dona Genezia desenvolve um trabalho social que, além de impactar diversas gerações, atrai cotidianamente estudantes, pesquisadores, turistas e aqueles que buscam tratamento espiritual.

Repórter Ceará (Foto: Divulgação)

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