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Justiça comparece em reunião na Líder Móveis, em Carmo do Cajuru, e evento que ia pedir votos para Bolsonaro é encerrado

O Movimento Brasil Acima de Tudo (MBAT), composto por apoiadores de Jair Bolsonaro, enviou mensagem para os funcionários das empresas de Carmo do Cajuru com o convite para o evento na sede da Líder Interiores. A empresa cedeu o espaço e apoiou a iniciativa. A informação é do portal Divinews.

Na convocação, o movimento dizia: “Tema: Conscientização eleitoral. Convidamos de maneira especial a você que está indeciso ou pensando em votar em branco ou nulo para que possa avaliar melhor o seu voto. Contamos com a preciosa presença de todos, desde já agradecemos. E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. Deus, Pátria, Família e Liberdade. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

A mensagem terminava com o aviso de que a organização estava sendo feita pelo Movimento Brasil Acima de Tudo, portanto, sendo responsabilidade exclusiva do Movimento.

Testemunhas que preferiram não ser identificadas revelam que não é a primeira vez que a empresa se alia à campanha de Bolsonaro e usa de ameaças para tentar coagir os funcionários a votar no atual presidente. Na semana passada, em outro evento, os trabalhadores foram chamados para uma conversa, em que estava presente inclusive o prefeito de Carmo do Cajuru, e os responsáveis pela fábrica disseram, em tom de ameaça, que se Bolsonaro não fosse eleito haveria uma demissão em massa na empresa. A estratégia foi usar o medo para convencer eleitores petistas, ou indecisos, a votarem em Bolsonaro. No encontro, todos os presentes foram proibidos de gravar imagens ou áudios durante as falas.

Quando souberam que a empresa estava coagindo funcionários a votarem em Bolsonaro, representantes do PT na região registraram uma denúncia de crime eleitoral no Ministério Público. A Justiça eleitoral também foi acionada e enviou dois funcionários para o evento. A determinação foi para que os representantes da justiça fossem autorizados a acompanhar a suposta palestra e gravar imagens e áudios do evento. Como isso iria acarretar no flagrante do crime que estava prestes a acontecer, os responsáveis pela Líder Interiores dispensaram os funcionários e disseram que, por determinação judicial, o evento teria sido suspenso, sem explicar o porquê. Enquanto isso, as máquinas e toda a linha de produção estavam paradas, já que todos os trabalhadores foram obrigados a participar do encontro.

Funcionários da Líder Interiores relatam que, durante a campanha eleitoral, o clima de trabalho na empresa tem sido hostil, cheio de ameaças. Apenas a equipe do RH é autorizada a permanecer com o celular durante o expediente, enquanto todos os outros trabalhadores são impedidos de usar o aparelho. Os trabalhadores contam que os responsáveis pela empresa alegam que durante o governo PT a fábrica enfrentou uma grave crise financeira, que se repetirá caso Bolsonaro não seja reeleito. Ainda diante disso, os chefes estariam falando, frequentemente, que metade dos funcionários seriam demitidos em caso de vitória de Lula nas eleições.

De acordo com a Justiça, esse tipo de ação configura um crime chamado “assédio eleitoral”, que acontece quando o empregador age para ameaçar, coagir ou até prometer benefício para quem votar em determinado candidato.

Repórter Ceará

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