Neste domingo, 13 de novembro, ocorreu a 40ª edição da Caminhada da Seca, realizada anualmente em Senador Pompeu, no Sertão Central cearense. O evento religioso se tornou tradição e ocorre em homenagem às vítimas do Campo de Concentração do Patu, localizado no município, da seca de 1932.
Neste ano, o evento marcou o retorno da homenagem, que não ocorria há três anos em decorrência da pandemia. A última edição foi realizada em 2019.
Mesmo com chuva, centenas de pessoas participaram do momento, organizado pelo Centro de Defesa dos Direitos Humanos Antônio Conselheiro (CDDH-AC), com apoio da Paróquia da cidade e da Diocese de Iguatu, além da Prefeitura da cidade e empresários. Há pessoas que participam para pagar promessas, relatando graças e milagres alcançados graças a intercessão das “Almas da Seca”.
Como parte do simbolismo, a caminhada deste ano foi a primeira a ocorrer após o tombamento estadual do Sítio Histórico do Patu. O complexo de casarões agora faz parte da historiografia do Ceará, em uma período sombrio que deve ser lembrado e estudado, mas nunca repetido.
Da Paróquia Nossa Senhora das Dores até o Cemitério da Barragem do açude Patu são cerca de quatro quilômetros, em uma peregrinação com cânticos e preces. Não é certo o número de vítimas da seca que morreram no Campo de Concentração, mas os números variam de 1.637 mortes a até 10 mil óbitos.
Repórter Ceará (Foto: Elistênio Alves)
