Equipes do Centro de Material de Esterilização (CME) do Hospital Regional do Sertão Central (HRSC) realizam uma ação inédita na região: os profissionais que chegam para integrar o setor são treinados com vídeos produzidos pelos próprios colaboradores. As imagens contextualizam a parte teórica da rotina de trabalho.
A iniciativa de educação permanente recebe o apoio do Centro de Estudos da unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e tem otimizado os resultados da área.
A ideia surgiu em meio à pandemia de covid-19, sendo executada no ano passado. “As capacitações estão documentadas e são obrigatórias. Nosso Centro de Estudos resolveu subir na plataforma de treinamentos os materiais para quem era admitido”, explica Lúcia Vanda Teixeira, enfermeira e coordenadora do CME.
Este Centro recebe os itens que serão utilizados nos procedimentos realizados no HRSC – administrado pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH). No setor, os materiais passam por rigoroso processo de esterilização.
O equipamento atende cerca de 600 mil habitantes de 20 municípios. Por isso, é importante que os colaboradores entendam todos os processos a fim de garantir assistência de qualidade.
Produzir, gravar, editar e ensinar
Os próprios membros veteranos do CME produzem, gravam e editam os conteúdos a serem repassados aos novatos. Lúcia Vanda Teixeira orgulha-se do resultado. “Isso diz muito sobre a capacidade da própria equipe de querer fazer com as próprias mãos, indo além de suas competências”.
O coordenador-geral de Enfermagem, Daniel Rodrigues, avalia a estratégia como inovadora. “Até hoje, na plataforma do Centro de Estudos, só temos teoria, e a equipe do CME conseguiu trazer a prática, mostrando realmente como funciona”, pontua.
Com o recurso, os novos colaboradores chegam seguros sobre os fluxos. “Quem for se apresentar hoje para trabalhar lá amanhã, pode acessar a plataforma de casa”, sublinha Rodrigues.
Enfermeira do Centro de Estudos, Patrícia Negreiros reforça o pioneirismo dos profissionais. “O nosso CME desponta em relação aos outros porque tudo dito na teoria é mostrado na prática. É uma iniciativa que foca no colaborador, garantindo a ele mais chances de absorver o conteúdo”, argumenta.
Até então, cinco vídeos já foram gravados. Dentre os temas abordados, estão as etapas de expurgo, preparo, monitoramento, armazenamento e distribuição dos materiais.
Gabriela Bandeira, integrante da equipe há poucos meses, confirma a metodologia como essencial na sua rotina. “Quando você associa a teoria com a prática, isso traz uma melhor vivência para o dia a dia. No CME, você consegue aprender antes mesmo de começar a praticar”.
Repórter Ceará